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30 dezembro 2011

Notícias de Folha de Goiás Notícias - Sexta Feira dia 30.12.2011

Governador Agnelo Queiroz prepara um novo ciclo para o ano de 2012


Brasília-DF
Josemar Gimenez
Ana Maria Campos
Publicação: 30/12/2011 07:26 Atualização: 30/12/2011 08:10
O governador Agnelo Queiroz (PT) sabe que 2012 será o ano mais importante de sua gestão. Em 2011, o petista assumiu o Palácio do Buriti depois de uma crise política sem precedentes. Ninguém tem dúvidas de que ele herdou uma situação caótica. A descontinuidade de programas provocada pela sucessão de quatro governadores e os reflexos da instabilidade política transformaram o Governo do Distrito Federal numa máquina com dificuldades extremas.

A fase do lamento, no entanto, passou. Depois de um ano de trabalho, agora é a hora de começar a apresentar os primeiros resultados. Nas palavras do próprio Agnelo: 2012 é tempo de entregar o “produto” prometido na campanha. O governador sente a cobrança das responsabilidades que tem pela frente, como expõe nesta entrevista ao Correio. “2012 será o nosso ano”, afirma em tom otimista.

Agnelo promete muito. Garante que a verdadeira revolução na saúde pública vai, enfim, ocorrer. Jura que os índices de violência serão reduzidos drasticamente. Anuncia programa novo na área social, pelo qual oferecerá café da manhã a alunos carentes da rede pública de ensino do DF. Afirma que vai trabalhar pela regularização dos condomínios, um desafio pela complexidade do tema. A cara do governo em 2012, segundo o governador, será baseada num tripé: choque de governo para as políticas sociais; incentivo ao desenvolvimento econômico; e captação de recursos internacionais para criação de empregos.

O segundo ano do mandato é fundamental por dois motivos. Depois de tanta turbulência, a população exige normalidade institucional, ação, agilidade. Fazer a administração funcionar também é vital para que Brasília esteja apta a sediar jogos do calendário internacional de futebol. Em 2013, a capital vai abrir a Copa das Confederações, uma vitrine para o planeta. No ano seguinte, o DF vai receber sete partidas da Copa do Mundo. Eventual despreparo será computado na biografia do petista.

Enquanto faz planos, Agnelo tenta sair de uma crise que envolve seu nome em irregularidades do passado. Ele faz questão de ressaltar que não há, até o momento, nada que desabone sua passagem como chefe do Executivo no DF. As denúncias, ele atribui a inimigos. Gente que estaria ávida para voltar a ter influência nos contratos públicos. Os ataques à família, conta, foram o pior momento de 2011.

Como o senhor imagina o seu governo em 2012?
Um grande ano. Estamos preparando a cidade para um grande salto econômico e necessariamente humano. 2011 foi o ano de arrumar a casa. Equilibramos as contas, organizamos institucionalmente o governo, até mesmo a parte administrativa dos processos, a reestruturação das administrações regionais, melhoramos os salários para atrair profissionais com qualidade. Foi um ano de elaboração das políticas. Muito foi feito, mas ainda não temos o reflexo. São mudanças que estamos fazendo em várias áreas. Eu disse na reunião do secretariado: a gente encerra um ciclo e começa outro. Vamos começar um ciclo de realizações, entregar o produto que prometemos à população. Isso exige maior eficiência, mais agilidade na máquina. Não dá mais para alegar desconhecimento, desaparelhamento.

2011 foi o ano do diagnóstico. Agora é a hora do tratamento?
Literalmente. Como é um novo governo, sempre há dificuldades no primeiro ano. Aqui no DF é elevado à décima potência. Pegamos terra arrasada. Pegamos um vácuo, de desorganização total. Fica difícil para a população compreender.

Era muito pior do que o senhor imaginava?
Muito pior. A cada momento que vinha uma bomba é que se tinha a dimensão do problema. A situação da CEB, por exemplo. Se não tivéssemos nos dedicado, teríamos uma empresa quebrada na capital do país. É coisa dessa dimensão. Com uma empresa de energia quebrada, o que repercutiria na economia local? Estamos recuperando a CEB. No meio do ano, a empresa passou a ser superavitária. Mas, como ela tem uma dívida grande, estamos resolvendo com empréstimo do BNDES. Pedimos, inclusive, ajuda da presidência da República, do Ministério das Minas e Energia. Nós vamos alongar essa dívida e pagar menos juros.

O brasiliense cobra agilidade do governo. O senhor pode prometer mais eficiência em termos de gerência da sua administração?
Isso é muito importante. Muitas pessoas esperam uma resposta rápida em algumas políticas. Mas, ao fazer uma mudança estrutural na política, não há um resultado imediato. A não ser que se criasse um factoide, que fizéssemos uma coisa para inglês ver. Não é do nosso feitio.

Pode dar um exemplo de mudança estrutural?
Vou dar um exemplo na área de saúde. Estamos mudando um modelo que antigamente era só hospitalar, para ter uma prioridade na atenção básica da saúde. Então é uma mudança estrutural e cultural para a população. Não é possível que num ano se dê resposta para isso. O sistema que estava funcionando no modelo errado, na falência, precisou ser recuperado. Foi preciso recuperar a área física. Fiz dois prontos-socorros, 10 centros de saúde. Outros dois serão inaugurados. Fiz a clínica da família, entreguei o Hospital da Criança, que é uma das coisas mais emocionantes, de satisfação do nosso governo. Reformei áreas e contratei cinco mil pessoas. Tinha que fazer e ao mesmo tempo consertar. Não podia deixar chover no centro cirúrgico no Hospital do Gama. Tratamos disso e em 2012 vamos oferecer uma maior estrutura na atenção básica, com mais equipes do Saúde da Família. Ampliamos e precisamos ampliar ainda mais. Dobrar. E colocar o sistema de urgência e emergência para funcionar. Construir mais UPAs. Se eu pegasse um sistema que estivesse de pé, estaria cuidando em 2011 da mudança do modelo. Exclusivamente. Mas temos que fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Considero que em 2012 vamos cuidar com total dedicação do modelo da saúde e a população vai começar a sentir as mudanças.

Ainda há muito a fazer na saúde?
Ainda não resolvemos tudo. E tenho certeza de que o que investimos neste ano é muito mais do que foi feito nos últimos 10 anos. Sem nenhum medo de errar. Mas ainda é pouco pela necessidade que tem a saúde pública. Então vamos cuidar como nossa grande prioridade.

E as outras áreas?
Na área de transporte, 2012 já sai da parte de planejamento. Aprovamos o Plano de Transporte Urbano, nos credenciamos, apresentamos nosso projeto. Agora vamos construir o que precisa ser feito. A população vai começar a ver na rua a parte física sendo construída. Começa o corredor sul, que é Gama e Santa Maria até o centro de Brasília. Espero que até o final de janeiro a nossa presidenta anuncie as outras obras de mobilidade urbana no DF.

O senhor espera mais da presidente Dilma em 2012 ou acha que ela atendeu bem o Distrito Federal em 2011?
Foi um ano difícil para o governo federal por causa dessa crise internacional, mas aqui a parceria com nosso governo foi total nesse período. Total. Grande parte do que fizemos na saúde foi em parceria com o ministério. Na parte de assistência social, que estava uma anarquia absoluta, trabalhamos também em parceria. Aqui no DF havia quatro cadastros, gente recebendo dois benefícios, um bocado de gente sem acesso à transferência de renda, sem política de romper com a pobreza. Atacamos isso e tudo foi formatado com o governo federal. A presidente Dilma lançou o programa de combate à pobreza, O Brasil sem Miséria; cinco dias depois eu lancei o DF sem miséria. Por que agimos tão rápido? Porque estávamos trabalhando juntos. A população vai perceber um choque de Estado nas áreas que mais precisam de governo. Hoje sabemos quantas são. São 167 mil pessoas beneficiadas nos programas sociais. Temos 93 mil pessoas abaixo da linha da pobreza. Eu vou completar o teto federal com dinheiro do DF para transferência de renda. Significa dizer que até 2014 nós vamos erradicar a pobreza extrema no DF. Essa também é a meta da presidente. Ela quer fazer isso no Brasil. Se ela conseguir reduzir substancialmente, será uma vitória. Aqui nós vamos erradicar. Sei quantos são, onde estão. São 33 áreas. E não será apenas transferência de renda, habitação, qualificação e alfabetização. Vamos erradicar também o analfabetismo.

E as creches?
Vamos construir numa outra parceria com o governo federal. Já liberei as áreas. Serão 75 creches.

Todas em 2012?
Se tivermos fôlego, sim. Vamos disparar as construções. Vamos fazendo e construindo, dando prioridade para as áreas mais carentes. E agora no começo do ano, revelo em primeira mão, vou lançar o programa que vou oferecer o café da manhã para as crianças. E vou começar nas áreas mais carentes. É progressivo. Vai ter o café da manhã nas escolas.

Quantas crianças serão atendidas?
É um trabalho que vem sendo desenvolvido pelas secretarias de Educação, Desenvolvimento Social e Agricultura. Eles vão me apresentar um plano de ação. No começo do ano letivo, já teremos um início em algumas áreas mais carentes. Isso reflete uma mudança na política de assistência. Estamos aumentando a renda das famílias que recebem Bolsa-Família, vão poder adquirir o pão e o leite com o cartão. Não vai mais ser entregue daquela forma em filas, com concentração de dois ou três fornecedores, e vamos carrear a produção do pão e do leite para as escolas. É uma produção local. Mantém esse mercado, só que atingindo quem mais precisa.

O que será servido nesse café da manhã?
Vamos trabalhar para que seja o mais nutritivo possível. No mínimo, pão e leite. Temos ideias de fazer parcerias com agroindústrias pequenininhas, de iogurte, por exemplo. Tudo isso será analisado por nutricionistas e vai variar ao longo do tempo. A criança chega, se alimenta e vai estudar. Está comprovado em experiências bem-sucedidas que a capacidade de aprendizado e de concentração aumentam demais.

Existe um acúmulo de poderes na secretaria de Governo, responsável pela parte política e de gestão?
A parte de sustentação política deu muito certo. Ampliamos a nossa base de sustentação, de forma republicana. Qualquer deputado pode dizer com orgulho que apoia o governo, sem qualquer vinculação com métodos do passado. A Câmara nos ajudou muito. E hoje o número de partidos que apoia o governo é maior também. E o governo trabalhou muito. Fizemos mudanças depois de muitas audiências públicas, debates. Na parte de transparência, por exemplo, houve uma mudança radical. Esse é um governo limpo. Não houve escândalos. Investimos muito na parte de transparência. Duvido que exista um estado com tantas medidas de transparência. Nós fizemos um portal da transparência que é invejável e vamos melhorar mais.

O senhor enfrentou denúncias pela passagem no Ministério do Esporte e na Anvisa…
Não houve nenhuma denúncia sobre o nosso governo. Estamos agindo. São 14 mil auditorias, decretamos empresas inidôneas porque praticaram irregularidades no passado, estamos pedindo de volta R$ 750 milhões aos cofres públicos desviados e por isso arrumei muitos adversários que, não podendo atacar o governo, vieram fazer um ataque à minha pessoa. Ataque criminoso, sórdido, requentando os que já tinham sido usados na campanha, sempre aproveitando algum tipo de mercenário. Como isso não funcionou, fizeram ataques à minha família. São coisas baixas, inescrupulosas, típicas dessa organização criminosa que atuava no DF.

A crise está superada?
Esses grupos criminosos continuam atuando. Derrotamos na eleição, mas eles não foram presos. É evidente que, ao fazer uma gestão que impede a atuação desses grupos, acabo virando alvo. Eles querem me parar. Quem estava no governo, ou aderia um pouco a eles ou esse grupo ia para cima. Como não vou aceitar isso, estou superpreparado para enfrentá-los.

O senhor fala com muito orgulho de políticas de inclusão, num governo dito de esquerda. A elite de Brasília faz uma interpretação equivocada do seu governo ao esperar mais realizações?
Ainda não. Estou consciente de que, para resolver os problemas sociais, é preciso desenvolvimento econômico. Precisamos ter uma economia pujante, inserida internacionalmente. A capital do Brasil não pode ficar fora dessa grande oportunidade que o Brasil está tendo. Essa conjuntura talvez só se repita daqui a 200 anos ou mais. Há uma crise nos Estados Unidos e na Europa, mas o Brasil está bem posicionado no mundo. Somos a sexta economia do mundo e a capital do país não pode ficar atrás. Antes havia uma visão pequena, de cidade capital de Luziânia, sem nenhum demérito ao município. Era uma visão patrimonialista de quem estava governando, provinciana. E existe um setor que trabalha para que Brasília continue no atraso. Fizeram um ataque vil, covarde, torpe à minha família. Até tentaram envolver a minha mãe. É um grupo criminoso que não tem limites.

O senhor identifica quem são essas pessoas?
Hoje já temos um avanço muito grande nesse sentido. E essas pessoas precisam ser presas. Mas Brasília precisa superar esse estágio. Temos que unir a cidade. Não podemos perder essa oportunidade de desenvolvimento. Não podemos permitir que práticas atrasadas como essa prejudiquem a cidade nesse momento. Hoje o Brasil está recebendo 5% dos investimentos do mundo. Se não estivermos unidos e aproveitarmos esse momento, quem vai aproveitar são os estados brasileiros. Precisamos dar esse grande salto e valorizar nossas virtudes.

A qualidade de vida no DF sempre foi alta. Mas hoje ainda há buracos, grama sem cortes. O morador de Brasília é muito Rigoroso. Esses detalhes deixam as pessoas irritadas. O senhor Ee preocupa com isso?
Claro, claro. A população acompanhou: nesse mesmo período, há um ano, a cidade estava com mato de quase dois metros de altura, buraco, lixo sem recolher, boca de lobo entupida. Uma tragédia. Nós enfrentamos, mas não estamos satisfeitos com isso ainda. Agora mesmo fiz um investimento importante. Foram 35 máquinas e várias equipes de tapa-buraco ágeis. Estamos fazendo uma grande operação de recapeamento e isso prossegue com velocidade. Quando chegar a Copa das Confederações, daqui a um ano e meio, a cidade estará num outro patamar. Isso é importante porque fica um legado para a nossa população.

Qual será a cara do governo em 2012?
Vamos dar um choque de Estado para enfrentar as questões sociais e um choque de capitalismo para promover investimentos na cidade. Vamos abrir a cidade para parcerias público-privadas. É renda permanente da cidade e investimentos no desenvolvimento econômico. Nada melhor do que esse calendário esportivo para atrairmos investimentos. Em 2013, vamos abrir, com a Copa das Confederações, o calendário da Copa do Mundo. E teremos oportunidade de mostrar Brasília além da parte administrativa. O terceiro ponto do tripé é a atração de investimentos internacionais que vão criar empregos. Já atingimos neste ano o menor índice de desemprego dos últimos anos. Mas precisamos avançar mais.

Um tema muito difícil para o governo é a segurança pública. Como reduzir os índices de violência?
São duas medidas fundamentais que andam paralelas. Estamos fazendo nosso dever de casa com investimentos crescentes. Não tenho dúvida de que chegaremos a 2014 com um sistema de segurança invejável. Fiz investimentos físicos e em equipamentos da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros. Entreguei mais de 200 viaturas. Adquirimos dois aviões para combate de incêndio. São top de linha, e vamos adquirir carros de incêndio em padrão americano que começam a chegar em 2012. Fizemos também investimentos na Polícia Civil e no Detran. Não tenho dúvida de que isso, associado ao investimento humano que estamos fazendo, nos deixará preparados para ter uma segurança mais equipada.

Como estão os indicadores de violência?
Nas áreas que concentramos o combate à droga, os índices de violência baixaram muito. No centro da cidade, houve quedas significativas. Roubo a comércio caiu 25%. Em residências, foi 71% menor. São dados decorrentes da nossa ocupação com policiamento ostensivo. Roubo de veículos, por exemplo, caiu 38%. É a Operação Marco Zero. Não só no centro de Brasília. Também em Taguatinga e Ceilândia. Caiu muito a violência. Já tem resultado. Vamos aperfeiçoar com câmeras. Será melhorado ainda para chegar no topo já perto da Copa. Isso associado à qualificação profissional. Também vamos trabalhar efetivamente na região do Entorno.

Como será esse trabalho nos municípios do Entorno?
No Entorno, as condições são precárias em todas as áreas. A meu pedido e do governador de Goiás, a presidenta Dilma Rousseff decidiu fazer uma intervenção na região. Está sendo formatada. Haverá ação dos governos nas áreas de segurança, transporte e saúde.

O senhor vai se envolver nas eleições municipais do Entorno?
Não vou participar de campanha. Como político, vou acompanhar o debate. Mas o momento é de trabalho.

No Congresso, o senhor teve uma relação tão boa quanto foi com a Câmara Legislativa? Como foi, por exemplo, o tratamento com a bancada de senadores do DF?
Relação boa, com a maioria da bancada.

É difícil administrar Brasília?
É dificil administrar Brasília na condição que recebi. Primeiro para administrar, tive de colocar o governo de pé. Claro que tem a complexidade de Brasília. O crescimento da demanda por serviços públicos é gigantesco. Essa história de que o Fundo Constitucional é um grande privilégio já não se adapta à realidade. São Paulo e Rio demoraram 400 anos para ter dois milhões de habitantes. Em Brasília, foram apenas 30 anos. Hoje já temos 2,6 milhões de moradores. Por isso, a visão do passado de que os problemas se resolvem com os repasses federais não se aplica mais. Pelo contrário, essa visão inviabiliza Brasília. Temos que pensar em desenvolvimento econômico para, no futuro, conquistarmos uma autonomia financeira.

Outros governadores estão chegando ao fim do ano com o caixa vazio. Como está o seu caixa?
Nós fizemos uma administração de muita austeridade. Até o dia 5 de janeiro, vou divulgar o resultado. Mas posso adiantar que temos contas equilibradas e condições de fazer investimentos na cidade.

Quanto o senhor pretende investir em 2012?
Pretendo investir só com esforço local R$ 1,5 bilhão. Mas vou investir muito mais por causa da parceria com o governo federal. Só com mobilidade urbana, deve chegar a R$ 2 bilhões. No aeroporto, por exemplo, haverá investimentos privados de mais R$ 750 milhões também.

Qual é o plano para a preservação do meio ambiente?
São duas medidas. É a chamada Brasília Cidade Parque. Vamos implantar 68 parques e 22 áreas de proteção ambiental. Já lancei áreas neste ano cobrando as compensações ambientais e florestais. Alguns parques nós estamos criando, como o da Asa Sul, que já entreguei a primeira etapa, e outro no Guará. Há ainda outros que estamos recuperando, como de Águas Claras, Sobradinho, Olhos D'Água.

E a regularização de condomínios? O senhor pretende agilizar esse processo?
Essa pergunta é muito importante. A parte de legalização da cidade é uma obsessão minha. Um terço da cidade está na ilegalidade e a capital do Brasil não pode permanecer nessa situação. Isso interessava a quem prefere agir e trabalhar na ilegalidade e nós estamos interrompendo isso. Estamos agora legalizando, depois de 50 anos, os dois primeiros condomínios.

Há uma meta para 2012 em relação aos parcelamentos?
Legalizar todos que são passíveis de legalização. Até 2014, queremos regularizar 500 condomínios. É uma meta ousadíssima. Mas vamos perseguir isso. Estou, inclusive, criando uma secretaria especial dos Condomínios.

Quem vai ser o secretário? O deputado Agaciel Maia vai indicar o secretário? Há comentários também de que seria Benício Tavares.
Estou vendo sugestões de nomes. Mas não escolhemos ainda. Queremos alguém com perfil técnico. Queremos acelerar esse processo de legalização. É uma questão histórica para Brasília. Legalizando o passado, impedindo novas invasões e oferecendo uma política habitacional vamos conseguir organizar a cidade.

Haverá mais ajustes na equipe do governo?
Sempre. Esses ajustes são pontuais e de acordo com as necessidades. Quem está bem tem que continuar. Vamos monitorando, cobrando e exigindo resultados. Na administração, sempre temos que ir melhorando.

Qual foi o momento mais difícil de 2011?
Na administração, foi trabalho o tempo inteiro. Dedicação. Cansei de sair do Buriti às 11h, meia-noite, uma ou duas horas da manhã. Foram dezenas de vezes. Problemas de toda ordem, em todas as secretarias. Era generalizado. Então, foi difícil o tempo inteiro. Pessoalmente, o pior momento foram esses ataques à minha pessoa. A pessoa pública está preparada para ser atacada. Mas quem tem caráter, tem compromisso não está preparado para o ataque covarde, montado. Isso foi feito com dados falsos, mentirosos. Contra os ataques, posso oferecer a minha vida. Mostro meu passado público, de correção, de não ter nunca na minha vida pública, que é longa, problema nenhum. E desafio quem está fazendo a denúncia que apresente também o seu passado. Tem uns que não têm coragem de aparecer. Estão no submundo.

O deputado federal Fernando Francischini, do PSDB do Paraná, fez denúncias. Chegou a pedir a sua prisão.
O passado desse rapaz é envolvido com bisbilhotagem, grampos à imprensa, como ele fez com a Gazeta do Espírito Santo. Ele foi secretário de lá e saiu demitido da secretaria. Envolvido em sequestro e assassinato. Esse é o cara que está me atacando. Há também outros mercenários que me atacaram na campanha. Nenhuma pessoa de bem ou correta levantou um ataque contra a minha pessoa. Quem achou que acuaria a gente, enganou-se. Vou trabalhar com mais disposição para livrar Brasília do crime organizado.

Neste primeiro ano, a relação com o PMDB do vice-governador Tadeu Filippelli foi como o senhor esperava?
Foi uma boa relação. Não tenho do que me queixar absolutamente. O partido tem uma fatia grande do governo. Não tive problema. Nossa base permaneceu unida. Foi solidária com todo tipo de ataque que eu sofri e até cresceu. Na Câmara Legislativa, os deputados do PMDB foram muito corretos.

E com o vice-governador?
Com o vice também. Tenho uma relação muito boa com ele. Ele está empenhado em que o governo acerte.

O destino político do vice-governador está atrelado ao seu? Se o governo naufragar, o prejuízo é para todos?
Não tenho dúvida. O insucesso do governo é o insucesso da nossa aliança. Muita gente não acreditou nisso, mas estamos mostrando que a aliança foi importante para o bem de Brasília e prossegue. Então acho que o insucesso prejudicaria todos os nossos aliados. É a maior bobagem pensar que se o governo não der certo, alguém da nossa aliança pode se dar bem. Seria até primário.

Quem ganha com o eventual insucesso do seu governo?
Esse grupo que administrou Brasília nos últimos anos. Um grupo que tenta nos igualar a eles. Quer zerar o jogo para dizer que aqui só tem gente desonesta. Essa seria a única forma de eles retornarem ao poder. Mas nosso povo é bastante esclarecido para cair nisso. Não vamos permitir isso. Esse governo tem um grande compromisso com a ética e a transparência.

E o PT ajudou ou atrapalhou?
Ajudou muito. O partido teve uma atitude muito solidária. Tem uma participação grande no governo e muita responsabilidade. O PT fora do DF também demonstrou uma atitude muito firme. Uma coisa que meus inimigos conseguiram fazer foi provocar uma grande união do PT. Unimos o partido completamente, sem vacilo. Isso foi muito importante.

Fonte: Correio Braziliense-DF