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15 janeiro 2012

Deputados voltam à Câmara e já devem começar discussões de ano estratégico


DISTRITO FEDERAL
Ricardo Daehn
Publicação: 15/01/2012 08:07 Atualização:
Plenário da Câmara Legislativa: ano começará com dois novos distritais %u2014 Arlete Sampaio e Paulo Roriz  (Carlos Moura/CB/D.A Press - 28/6/11)
Plenário da Câmara Legislativa: ano começará com dois novos distritais %u2014 Arlete Sampaio e Paulo Roriz

A maioria dos deputados distritais está de férias, viajando, mas nem por isso as articulações políticas estão interrompidas. Com o início do ano legislativo marcado para 1º de fevereiro, os distritais começam a desembarcar em Brasília na próxima semana, mas só vão intensificar as negociações a partir do dia 21, quando começarão a ser realizadas reuniões entre eles. Na pauta, estão as formações dos blocos partidários e das comissões parlamentares. Em jogo, passos importantes com vistas às eleições de 2014. Os deputados encaram este ano como um dos mais estratégicos. Cada mexida agora na divisão de poder significa outras acomodações que podem alterar o cenário e implicar em consequências importantes.

Uma das mudanças imediatas é o retorno de Arlete Sampaio (PT) à Câmara Legislativa. Experiente e com grande força política, ela deixa a Secretaria de Desenvolvimento Social e Transferência de Renda para retomar o mandato. Nos bastidores, é afirmado que a deputada retorna à Casa para suceder, em 2012, o correligionário Patrício na presidência. No entanto, a tarefa não será fácil e o nome dela precisará ser bem trabalhado para emplacar. Alguns integrantes da base acreditam que o Partido dos Trabalhadores (PT) já teve o seu espaço ao presidir a Casa nos dois primeiros anos desta legislatura e, nos próximos anos, o comando deverá ser de um aliado de outra legenda.
Apesar do passado conturbado no Senado Federal, Agaciel Maia (PTC) tem ganhado espaço entre os parlamentares da base e da oposição. Articulado e pragmático, é considerado um nome forte para disputar o cargo com Arlete. Contra o ex-diretor-geral do Senado, no entanto, pesa o desgaste por conta do escândalo dos atos secretos.

A eleição da Mesa Diretora, prevista para o próximo ano, passa por diversas etapas. Uma delas será a escolha de pelo menos dois conselheiros para o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) — com as aposentadorias previstas de Marli Vinhadeli e de Ronaldo Costa Couto. Na fila de espera, estão Wasny de Roure (PT), Rôney Nemer (PMDB) e Dr. Michel (PSL). Apesar de negar interesse, o nome de Eliana Pedrosa (PSD) também é considerado na disputa.

O ingresso na carreira de conselheiro significa a aposentadoria política do deputado. Por isso, o vice-governador do DF, Tadeu Filippelli (PMDB), tem tratado com ponderação a indicação de Nemer. Com a cassação e a inelegibilidade por oito anos de Benício Tavares, o distrital passou a ter ainda mais importância para o partido. Se for para o TCDF, a legenda perde um líder importante, capaz inclusive de entrar na disputa para presidente da Casa. Uma das soluções aventadas é de levar o peemedebista para o comando de alguma secretaria.

Primeiros passos
Antes da eleição da Mesa Diretora e das indicações para o Tribunal de Contas, os deputados disputarão as comissões internas. De acordo com o regimento interno da Casa, as escolhas precisariam ter ocorrido no fim do ano passado, mas os deputados resolveram adiá-las. “Foi construído um entendimento para fazer a eleição em fevereiro a fim de verificar os pleitos de cada bloco parlamentar”, afirma Chico Vigilante, líder do bloco PT-PRTB.

Um acordo informal feito entre os distritais prevê a manutenção dos cargos, mas há quem queira rediscutir as posições. A renegociação pode ser ruim para blocos que diminuíram nos últimos meses, como o do PSD. Composto pelas oposicionistas Celina Leão, Liliane Roriz, Eliana Pedrosa e pelo governista Washington Mesquita, o grupo possui o comando de quatro comissões, mas poderia ter de ceder alguma delas. Por isso, os membros do bloco tentam atrair o novato Paulo Roriz (DEM), que assume no lugar de Raad Massouh (PPL) — atual secretário de Micro e Pequenas Empresas.

Paulo Roriz experimenta a mesma situação enfrentada pelo antecessor no ano passado. Apesar da proximidade com o governo, ele é de um partido de oposição ao GDF e, por isso, não pode integrar oficialmente a base governista, sob o risco de expulsão. Outro posto pelo qual o PSD avalia brigar é o de primeiro secretário da Casa. O cargo era de Raad e passa automaticamente para o suplente, Olair Francisco (PTdoB). No entanto, o grupo argumenta que a escolha de Raad se deu quando ele estava no bloco e faz parte da cota.

As disputas não param por aí. O governo também terá de reavaliar os nomes dos próprios interlocutores. Wasny de Roure (PT) terminou o ano dando sinais de que queria deixar o cargo de líder do governo. A função pode cair no colo de Arlete Sampaio, mas isso também depende da escolha para líder do próprio partido. Além disso, mais um petista em função de destaque esbarra na insatisfação dos aliados. “O líder de governo é do PT, o presidente da Câmara é do PT, o coordenador parlamentar é do PT, o secretário de Governo é do PT. Isso não tem sido bom para a relação. É preciso mudar os nomes e colocar pessoas de outros partidos nesses cargos”, afirma um parlamentar da base.

Investigação
Outra vaga pode ser aberta com o julgamento do conselheiro Domingos Lamoglia. Ele foi afastado do cargo, com manutenção do salário, devido às denúncias de envolvimento na Caixa de Pandora. A avaliação do caso no Tribunal de Contas depende, no entanto, do desenvolvimento do Inquérito
nº 650, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Lamoglia foi indicado para o cargo pelo ex-governador José Roberto Arruda, de quem foi chefe de gabinete. Segundo o ex-secretário de Relações Institucionais do DF Durval Barbosa, o conselheiro era um dos operadores do suposto esquema de corrupção.Reportagem Correio Braziliense-DF

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