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19 agosto 2012

Falta incentivo a atletas goianos

Sem apoio da iniciativa pública ou privada, esportistas abandonam sonho de se tornar profissionais
LYNIKER PASSOS
Em 19/08/2012, 01:28



Não faltam talentos goianos no esporte. Nas quadras, piscinas, pistas de ciclismo e campos de futebol, há competidores em Goiás com nível para disputar vagas nos próximos Jogos Olímpicos, em 2016, no Rio de Janeiro. Eles se dedicam impetuosamente com um único objetivo: conquistar o pódio – seja em disputas regionais ou nacionais. É uma luta diária em busca da superação do próprio limite, que acontece, nem certos casos, de forma isolada. Por isso, com pouco apoio do governo e da iniciativa privada, na maioria das vezes o sonho de se tornar atleta profissional fica pelo caminho.
Os irmãos goianienses Gabriel Gonçalves Lara, 12 anos, e Matheus Gonçalves Lara, 17, são ciclistas competidores. Ambos campeões brasileiros de ciclismo infanto juvenil. Gabriel é o atual. Ele conquistou o pódio em uma disputa que aconteceu no final do ano no Paraná. Já seu irmão alcançou a medalha em 2008. Eles treinam com frequência e costumam pedalar quatro horas por dia.
Não é fácil. Não fosse o incentivo do pai, o representante comercial William da Silva Lara, os garotos não teriam condições financeiras para prosseguir com o sonho. Mesmo recebendo bolsa no valor de 370 reais, a quantia não é suficiente para bancar todos os gastos. “Dá para suplementação, mas, pra comprar equipamentos, não”, disse Ma­theus. Os competidores ne­cessitam de equipamentos caros. Alguns custam mais de R$ 1 mil.
Sem grandes perspectivas para o futuro, os jovens – principalmente Matheus, que se prepara para o vestibular – não apostam todas as fichas no esporte. A mãe Cristiane Gonçalves Costa Lara é categórica. “Não dá pra abandonar os estudos e viver de competições no Brasil.” Ela aponta que já houve convite para treinos em outros Estados, o que exigiria mudança de cidade, mas a proposta foi recusada. Para os dois, o grande incentivo são as medalhas que acumulam. Ma­theus exibe uma de ouro e duas de bronze. Sendo que uma delas é referente às olimpíadas escolares.
Projetos
O País, e consequentemente Goiás, necessita de projetos. Para reverter o atual cenário do esporte brasileiro, a corrida contra o relógio já começou. Nos últimos quatro anos, o volume de investimentos de dinheiro público federal nos esportes olímpicos duplicou, chegando os R$ 2,1 bilhões. Mas faltam apenas quatro anos para a abertura dos Jogos Olímpicos no Brasil.
Em Goiás, segundo a Agência Goiana de Esporte e Lazer (Agel), 30 atletas goianos que competem em âmbito nacional e ocupam pelo menos o 5º lugar do ranking recebem bolsa do órgão, no valor de 750 reais. Outros 300 fazem uso da quantia de 500 reais, para seguir em frente, e mais 205 um incentivo de 250 reais. A bolsa de menor valor é destinada aos alunos que estão matriculados em escolas públicas.
O secretário de Programas da Agel, Sidêncio Lobo, afirma que, em novembro, foram liberados 4 milhões referentes ao Programa Estadual de Incentivo ao Esporte (Proesporte) Ele explica que competidores e entidades esportivas, inclusive clubes, tiveram de se inscrever para concorrer ao benefício. “Tem todo um critério. A pessoa deve apresentar um relatório de atividades. No caso da empresa, pode ser realizada uma troca em incentivo fiscal.” No entanto, o Proatleta – antigo Bolsa de Esporte – está parado desde 2011. “Por pendências na prestação de contas e falta de recursos do tesouro.”
Ainda informou que em setembro será liberado um novo recurso para os atletas. “É um meio de segurar os competidores, que normalmente vão embora por falta de patrocínio.” Lobo afirma que há um estudo em andamento para aumentar o valor das bolsas de apoio. A ciclista goiana Clemilda Fernandes é exemplo de quem deixa o Estado em busca de apoio. Hoje ela treina em São Paulo e, nas últimas Olimpíadas, terminou na 18ª posição, na categoria contrarelógio do ciclismo.

Reportagem O Hoje - Goiânia-GO


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