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19 agosto 2012

Orçamento doméstico em risco? Fuja das dívidas


Se é difícil resistir às tentações de promoções e ofertas, a melhor saída é se planejar minuciosamente
ANDRÉ PASSOS
Em 19/08/2012, 01:41

Controlar o orçamento não é tarefa fácil. Diante de tantas tentações, poupar é um trabalho árduo, Mesmo elaborando um planejamento financeiro, o número de famílias que não consegue controlar os gastos continua crescendo. Muitos gostariam de conseguir economizar até o último centavo, mas não conseguem gastar um valor de acordo com a renda mensal. A primeira dica, e principal, é não gastar mais do que se ganha.
Apesar de o número de famílias goianas endividadas ter apresentado queda, de 6,4%, na amostra anual da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) da Federação do Comércio de Goiás (Fecomércio), na passagem de junho para julho houve aumento de 10%.
O consumidor alega que é quase impossível resistir às ofertas e promoções, mas se arrepende quando coloca as despesas no papel. Nessa hora, a disciplina é fundamental. Não gastar mais do que se ganha é o caminho certo. O conselho é da sócia diretora da Trade Contabilidade, Simone Domingues.
Ela alerta que, além de controlar os gastos, é essencial economizar uma parcela da renda todos os meses. “Poupar um pouco da renda também é uma boa opção, já que assim é possível aplicar esse dinheiro em investimentos futuros. Não é preciso parar de gastar, só é preciso saber gastar”, diz.
O vendedor autônomo Renato Rabelo, de 42 anos, aprendeu, da pior forma, essa lição. Com nada menos que 15 cartões de crédito de lojas diferentes, ele foi acumulando dívidas que se transformaram em uma verdadeira bola de neve. “Chegou um momento que disse em casa que não íamos mais gastar mais do que ganhávamos”, conta.
A essa altura a dívida acumulava mais de R$ 20 mil, em prestações de cartão de crédito. A força de vontade, motivada pelo desespero ao ver o débito crescer, fez funcionar a promessa, mas com um preço. “Cortamos os passeios, viagens e até a pizza do final de semana”, diz Rabelo.
A medida não era fácil de ser tomada, mas iria exigir ainda mais empenho. Primeiro, ele cortou seu plano de saúde; tempo depois foi a vez da mulher. No final de tudo, os filhos também ficaram sem o mesmo benefício. “Todos estamos dependendo do sistema público”, confessa. A atitude está funcionando. Segundo ele, mais de 80% dos débitos já foram pagos e, até o final do ano, tudo já deve ter sido quitado.
Organização
Quando o consumidor decide que está na hora de realizar um orçamento pessoal deve levar em conta a separação de ativos e passivos financeiros. Esta divisão pode ser feita por meio de planilhas virtuais, papéis, agendas, aplicativos de celular e vários outros meios. O importante é começar a ter o hábito de re­- gistrar os gastos.
Ao começar a organização os ativos financeiros, que são os responsáveis em “trazer” o dinheiro, como o salário e outros rendimentos, devem estar em uma coluna. Em outra, devem constar os passivos financeiros, que são as dívidas e despesas. Para Domingues, é importante elaborar esse controle do orçamento para se comparar e monitorar as despesas.
Separar as contas fixas como aluguel, financiamento de imóvel próprio e prestações das flexíveis como água, luz, telefone, supermercado, serviços domésticos, lazer e reserva para imprevistos é um fator essencial. “Também é importante avaliar os gastos anteriores para ter um parâmetro se está no caminho certo ou não”, explica. Também é importante para saber se o que foi programado está sendo cumprido.
Segundo uma pesquisa da Associação Nacional de Defesa dos Consumidores do Sistema Financeiro (Andif), 30% dos inadimplentes se endividam comprando produtos desnecessários. O consumo com consciência é importante para evitar o ‘nome sujo’ e dividas em excesso. Uma dica, da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), pode ser responder a três questões: Eu quero? Eu posso? Eu realmente preciso? Essas perguntas podem guiar consumidores com dificuldades de se organizar.

 Reportagem O Hoje de Goiânia

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