Goiânia-GO -

00:00:00

COMPARTILHE EM SUAS REDES SOCIAIS!

06 janeiro 2013

Paulo nomeia secretariado e nega insatisfação do PMDB


Prefeito anunciou nomes de 34 auxiliares do primeiro escalão. Grande maioria tem ligação com PT

MARINA DUTRA
Em 05/01/2013, 01:31
Ao anunciar na manhã de ontem no Paço Municipal o novo secretariado, o prefeito Paulo Garcia (PT) negou que exista qualquer atrito com o PMDB, que estaria insatisfeito com uma suposta perda de espaço na administração municipal. Do total de 45 cargos de primeiro escalão, o petista divulgou apenas 34. 
Pelo menos 15 nomes anunciados são filiados ou possuem uma forte ligação com o PT. Como é o caso de uma das surpresas da nova equipe do prefeito, a delegada Adriana Accorsi, que deixa a Diretoria Geral da Polícia Civil para comandar a Secretaria Municipal de Defesa Social. Filha do ex-prefeito Darci Accorsi, Adriana é filiada ao PT desde a adolescência. Durante o anúncio do “time de ouro”, como o próprio petista definiu ao se referir às mulheres da equipe, a delegada foi a mais aplaudida.
Além de Adriana, outros petistas ocuparão pastas de peso, como Paulo de Tarso (Companhia Municipal de Urbanização), Valdi Camárcio (Administração), a ex-vereadora Cidinha Siqueira (Políticas para as Pessoas com Deficiência ou Mobilidade Reduzida), Allen Viana (Fiscalização), Neyde Aparecida (Educação), Osmar Magalhães (Governo), além de Nelcivone Melo, que vai assumir uma das principais pastas de Paulo e mote de campanha das eleições do ano passado: a de Desenvolvimento Urbano Sustentável – antiga Secretaria de Planejamento.
Nos bastidores, já circulam informações que setores do PMDB teriam ficado insatisfeitos com a escolha do petista. Alegam perda de espaços. O prefeito nega o atrito interno, justificando que se reuniu, um dia antes do anúncio, com vereadores e deputados peemedebistas para discutir a distribuição de espaços.
“E foi tudo tranquilo. Eu não vou dizer para vocês que formar uma equipe seja uma tarefa fácil. Os nomes capazes para ocupar são maiores que os postos existentes. Então você tem de fazer uma escolha e acaba não aproveitando pessoas que também têm capacidade”. Paulo ainda disse que conseguiu, nesse primeiro momento, contemplar muitos partidos, inclusive siglas que não fizeram parte de sua coligação na campanha. É o caso do vereador Fábio Caixeta (PMN), que ocupará uma Secretaria Extraordinária (Articulação Política).
Para Osmar Magalhães, a insatisfação interna do PMDB não tem sentido, já que o prefeito tentou atender todos os partidos de forma isonômica. “Não existe isso. Quando Paulo assumiu a prefeitura, o PT tinha apenas três secretarias. Além disso, o PMDB vai ficar no comando de órgãos importantes”.
A Secretaria de Habitação terá no comando o deputado estadual Wagner Siqueira (PMDB). Já a Secretaria Municipal de Saúde, assume o médico Fernando Machado, ligado ao PMDB. Também foram confirmados Lívio Luciano (PMDB) para o Gabinete Civil e Luciano de Castro para a Secretaria de Obras e Serviços Públicos. Lívio deixa a antiga Secretaria de Planejamento. Para conter os ânimos dos peemedebistas, Paulo ainda anunciou a procuradora do município, Mônica Lagares, para uma das secretarias extraordinárias. Ela é mulher do ex-deputado José Nelto (PMDB), enquadrado pela Justiça Eleitoral como ficha-suja.
Para a Secretaria de Esportes e Lazer, o prefeito anunciou o pai do deputado estadual Bruno Peixoto (PMDB), Sebastião Peixoto – que no ano passado foi demitido do Instituto Municipal de Assistência Social (Imas).
Como Paulo não anunciou o nome para as 11 pastas, há chances do PMDB ganhar mais espaço na administração. Dessa maneira, o prefeito encerraria qualquer especulação da ala insatisfeita. Falta anunciar o comando de pastas importantes, como o Procon, a Agência Municipal de Trânsito e Transportes e a Agência Municipal de Meio Ambiente. Esta última, o nome mais cotado é o ex-prefeito Pedro Wilson (PT).
Prefeito descarta tensão entre Paço e Governo
Assim que o nome da delegada Adriana Accorsi foi anunciado para compor a equipe do prefeito, surgiram informações que esta seria uma represália da oposição ao governo estadual, que em 2010 sofreu um duro golpe ao perder o deputado federal Thiago Peixoto (PSD) - mas na época peemedebista –, para a Secretaria Estadual de Educação.
O convite de Paulo pegou de surpresa muitos aliados do governo estadual e até mesmo integrantes da administração municipal.  O prefeito refutou qualquer queda-de-braço com o governo de Marconi Perillo (PSDB), principalmente no que se refere ao caso da retomada da concessão de água e esgoto pela Prefeitura e a disputa pela presidência da Câmara de Goiânia.
Quanto ao convite, o petista disse que fez questão de ligar para o governador e lhe explicar a disposição de cumprir uma das demandas da área de Defesa Social para Goiânia. “Eu queria que ele (Marconi) me liberasse uma de suas funcionárias da mais alta graduação. Ele tranquilamente me respondeu que, se esse fosse o desejo da delegada, ele, naquele momento, estaria cedendo sua servidora, mesmo reconhecendo que ela é uma das profissionais mais qualificadas do Estado”.
Adriana disse ter recebido o convite com surpresa. “É um novo desafio, além de que representa a tendência do projeto político da presidente Dilma”. Ela afirmou que pesou em sua escolha a insegurança que estava sentindo como delegada-geral. “Todos os dias chegavam comentários de que eu seria trocada, já que sou filiada ao PT desde minha adolescência. E acredito também que o fato de ter sido convocada pelo meu partido para fazer uma grande administração junto com Paulo Garcia pesou muito”.

Reportagem O Hoje de Goiânia-GO
Folha  06.01.2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário