Última atualização em Segunda, 03/06/2013 16:28h
(Reprodução: TV 730) |
Para atender às especificações técnicas impostas pela CBF, ambos os complexos tiveram que passar por uma reforma. Somente com as adaptações no Estádio Hailé Pinheiro foram gastos R$ 4 milhões, sendo R$ 2,5 milhões oriundos dos cofres públicos do Estado.
Todavia, todo este montante foi desembolsado para que a seleção treine uma única vez no estádio, apenas na tarde de amanhã, dia 4, de acordo com a programação divulgada. Nas negociações iniciais, a seleção ficaria em Goiânia 18 dias, passaram para 10 e agora diminuíram para quatro. As adaptações foram realizadas ponderando, ainda, a construção de uma nova arena, que será erguida no local futuramente.
João Bosco Luz, presidente do Goiás: “Foi um esforço do Governo de Goiás e da Federação Goiana de Futebol para que a seleção viesse treinar na capital |
Ressaltando que o clube é uma iniciativa privada, questiona-se por que não foram firmadas parcerias entre patrocinadores ou outras entidades particulares para que o Goiás conseguisse arcar com o ônus das próprias obras de melhoria da infraestrutura. Ou mesmo, por que o governo não investiu os tais R$ 2,5 milhões no Estádio Serra Dourada, já que ele é um patrimônio público e poderia, satisfatoriamente, acolher a equipe de Felipão. Por último, discute-se ainda se com os investimentos do governo do Estado, outros clubes não teriam condições de receber os atletas.
No caso do Atlético Goianiense (ACG), por exemplo, o diretor de futebol Adson Batista estima que, com apenas R$ 500 mil investidos pelo governo, o clube teria recursos suficientes para reformar o Centro de Treinamento e atender às especificações técnicas da CBF. O diretor explica que o clube possui uma estrutura funcional e, excepcionalmente, o gramado não foi aprovado pela comissão, o que também não havia sido assentido no Estádio Hailé Pinheiro. “O Atlético tem toda a infraestrutura para receber a seleção brasileira, inclusive fomos aprovados, mas o campo não atendia aos parâmetros técnicos”, ilustra.
Adson Batista, diretor do Atlético: |
O uso duvidoso do dinheiro público pode ser visto pela morosidade nas obras do Estádio Olímpico. O centro esportivo foi demolido em 2006 para dar lugar a um estádio moderno, que vai compor o Centro de Excelência do Esporte. Contudo, o Ministério Público Federal embargou a obra por suspeita de irregularidades na aplicação dos recursos da União. Durante o lançamento do Programa Nota Show de Bola, em março deste ano, Marconi Perillo afirmou que desistiu de esperar pelos recursos do governo federal. Diante disso, o governador garantiu que o Estado arcaria com todos os gastos das obras do Estádio. Três meses depois, a situaçao do estádio não mudou. O governador Marconi Perillo o inclui entre as obras que serão entregues até 2014.
A dispendiosa obra realizada no Hailé Pinheiro esconde outros mistérios. A polícia investiga denúncia de propina para atrasar a obra. De acordo com a acusação, um luxuoso carro de cor preta teria parado em frente ao centro esportivo em reforma. Do automóvel desceu um homem que teria aliciado, oferecendo dinheiro, o mestre-de-obras para atrasar o serviço. O clube reforçou a segurança e registrou boletim de ocorrência na polícia, porém ainda não é sabida a procedência do suposto suborno, que pode ser tanto de clubes rivais, quanto da oposição do governo do Estado. “Estamos tão envolvidos com a obra que não nos deixamos abater por esse fato. O solucionamento do caso esta a cargo da justiça, a nossa parte já foi feita, que era registrar o boletim de ocorrência”, expõe João Bosco.
Na semana passada, uma denúncia anônima foi apresentada ao Ministério Público sobre a obra no complexo Hailé Pinheiro. Na tarde de hoje será realizado um sorteio para destinar o processo a um dos promotores de Justiça do Patrimônio Público, que deve dar andamento às investigações.
PORTAL 730 Goiânia-Go
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