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14 dezembro 2011

Paulo busca apoio, alheio às críticas

Goiânia-GO

Venceslau Pimentel

Com os cofres da Prefeitura de Goiânia recheados de dinheiro do governo da presidente Dilma Roussef, cerca de meio bilhão de reais só nas últimas semanas, e com um orçamento adicional de R$ 2,89 bilhões, o prefeito Paulo Garcia (PT) abre as articulações político-partidárias para consolidar uma ampla aliança para tentar a reeleição em 2012.
Ao contrário de 2008, quando atuou como mero coadjuvante no processo que reelegeu o líder do PMDB, Iris Rezende, o petista quer agora tomar as rédeas das negociações, deixando seu maior e mais importante aliado à sombra das articulações.
Só que, ao assumir o comando da Prefeitura, em abril de 2010 – com a renúncia de Iris, que disputou o governo do Estado –, Paulo naturalmente herdou um pesado fardo do qual não conseguiu se desvencilhar. Aliás, nem mesmo tentou, já que está amarrado a um compromisso político-administrativo que terá de manter pelo menos até as eleições do próximo ano. É o preço a pagar para ganhar sobrevida no cenário político da capital, mesmo que o custo seja a ausência de uma marca própria do administrador. 
Até lá, em meio às articulações visando o pleito eleitoral, o prefeito vai ter de conviver com o desgaste imposto por denúncias, como as que envolvem o Parque Mutirama.
Há outras demandas políticas, em que a oposição questiona certas decisões do prefeito.
Venda de áreas questionadas 
É o caso da venda de mais de 29 áreas públicas, em uma das regiões que mais têm sido valorizadas, onde está situado o Paço Municipal, e o projeto do Parque Macambira-Anicuns, que, segundo vereadores oposicionistas, viraram mina de ouro para o setor imobiliário.
Na semana passada, o vereador Santana Gomes, que trocou o PMDB pelo PSD, partido alinhado ao Palácio das Esmeraldas, levou ao conhecimento do delegado estadual de Repressão a Crimes contra a Administração Pública (Dercap), Jerônimo Rodrigues Borges, um provável esquema de pagamento de propina para a aprovação do Parque Macambira-Anicuns.
À polícia, que deve abrir inquérito para apurar o caso, o parlamentar contou que as propostas financeiras chegam a R$ 300 mil, a título de ajuda para a campanha eleitoral para reeleição, em 2012.
Mas enquanto pipocam denúncias de irregularidades na administração pública municipal, aliadas à insatisfação da população com a falta de qualidade no atendimento em áreas essências, como educação e saúde, o prefeito intensifica a sua movimentação em arregimentar aliados políticos e procura minimizar o impacto desses fatos que rondam o cotidiano do goianiense. 
Ao participar de uma reunião com pré-candidatos a vereador de seu partido, Paulo ficou sabendo que o PT articula a formação de um exército de sustentação de sua eventual candidatura formado por 180 candidatos. São três frentes em processo de formação: uma chapa composta pelo PT, outra pelo PMDB e uma terceira pelos partidos nanicos.
E o que não falta é legenda fazendo disposta a tirar um naco da administração pública, com cotas de cargos para seus filiados. A coligação negociada por Iris Rezende, três anos atrás, continua mantida na Prefeitura petista. Entram nesse rol PSL, PRTB, PHS, PMN, PTC, PRP, PSC e PRB.
Mas o PT quer mais. Para atrair novos aliados, Paulo Garcia mexe no tabuleiro para emplacá-los na estrutura administrativa. Foi assim com o PP de Ernesto Roller, com o PSB de Barbosa Neto e, agora, com o PR. Como se sabe, a legenda encontra-se esvaziada com defecções como o deputado federal Sandro Mabel e o ex-prefeito de Senador Canedo, Vanderlan Cardoso.
O prefeito tem uma justificativa para agasalhar novos aliados na Prefeitura. O processo de cooptação, para ele, é tão-somente a opção por mudanças que são vistas como naturais.  “Da mesma forma que a cidade é muito dinâmica a administração também o é, por isso, em alguns momentos nós, gestores públicos, somos levados a fazer alguns ajustes que fazem parte do cotidiano natural de qualquer administração”, pontuou.
Ocorre que os mimos, em tempos de Natal, também chegam à Câmara de Vereadores. Há o aceno, por parte do Paço, de que os aliados, cada um deles, terão cota de R$ 800 mil que poderão indicar para a execução de obras em suas bases eleitorais.
Em meio a esforços para reforço político-eleitoral, o eleitor já começa a dar mostras de que o rumo da discussão deveria ser as questões que envolvem a cidade, que precisam de decisões rápidas para o atendimento de suas demandas. 
Fonte:  O Hoje de Goiânia-GO
Folha: 10:29

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