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22 janeiro 2012

À espera de Demóstenes, PSDB encena o debate

GOIÁS


Marina Dutra

O PSDB parece reviver a mesma novela que o PMDB protagonizou há quase dois anos, quando se viu refém da indecisão do ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles – até então filiado ao partido – de se candidatar ao governo. A principal aposta dos tucanos para a Prefeitura de Goiânia, o senador Demóstenes Torres (DEM) continua jogando com o tempo, deixando o PSDB à espera de sua decisão e incapaz de definir o quanto antes um nome do próprio partido que subirá ao ringue municipal contra o arco de aliança PT-PMDB. 

Até bem pouco tempo, a possibilidade de o democrata se candidatar era tida como ínfima, uma vez que o senador preferiu concentrar fogo aos debates nacionais que a temas sobre a sucessão municipal. A postura de Demóstenes levou o PSDB a arregaçar as mangas à procura de outro nome forte e competitivo. Criou-se então o Conselho Político do partido, encabeçado pelo ex-prefeito de Goiânia Nion Albernaz, que teria a tarefa de escolher um candidato entre os três postulantes tucanos: o deputado federal João Campos, o secretário de Meio Ambiente, Leonardo Vilela, e o deputado estadual Fábio Sousa.

Porém, em nova reviravolta no cenário político, Demóstenes voltou a se animar com a candidatura e pediu prazo até 5 de fevereiro para dar sua resposta. Desde então, o PSDB e a base governista vivem em situação estática e enigmática, como se estivessem “Esperando Godot” ,  peça do teatrólogo irlandês Samuel Beckett, cujo enredo baseia-se na falta de comunicação entre os personagens e na pausa do silêncio da espera de algo que não se resolve. Mas, no caso, convenhamos, o personagem central da novela fixou o próximo dia 5 de fevereiro para desvendar o mistério, para alívio do PSDB.  Até lá, o partido foca suas expectativas político-eleitorais na figura do senador, que, na ribalta, vive o dilema em face de duas tentadoras e desafiadoras escolhas:  ser candidato à Prefeitura ou à Presidência da República.

Em princípio, todos no PSDB recuam para dar passagem ao senador. Leonardo volta a reforçar que não teria problema em retirar seu nome da disputa caso Demóstenes tope o desafio de ser o candidato da base governista. “Se ele for realmente candidato, se declarar candidato, eu não teria nenhum problema em apoiá-lo”. Embora Fábio continue defendendo a realização de prévias, o tucano não deve se indispor com a cúpula se o senador for candidato. Já João Campos se coloca como nome “natural” dentro do partido. Porém, essa postura pode mudar após uma rodada de conversas. 

Embora algumas lideranças tucanas já tenham afirmado que a sigla não ficará refém da decisão do democrata, a espera colocou pré-candidatos em segundo plano e travou o processo de afunilamento dos nomes da base governista. A indefinição incomoda o presidente regional do PSDB, Paulo de Jesus, além dos postulantes Leonardo e João Campos. 

Leonardo, por exemplo, diz que a escolha já deveria ter saído porque o adversário, o prefeito Paulo Garcia (PT), tem adotado todas as medidas administrativas visando sua reeleição.
Comenta-se que o desejo do deputado federal Ronaldo Caiado é adiar a definição da sigla para maio. Não é à toa que Caiado será chamado brevemente por Nion, para uma conversa sobre a escolha do candidato.  Reportagem O Hoje de Goiânia-GO

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