Caixa teria cortado o nome de pessoas que já teriam sido beneficiadas.
Banco disse que excluiu somente os que não se enquadraram nos critérios.
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O Ministério Público Federal (MPF) vai investigar a exclusão de candidatos do programa do Governo Federal Minha Casa, Minha Vida em Catalão, no Sudeste de Goiás. Segundo a Procuradoria da República, a caixa cortou os nomes de pessoas que já tinham sido até sorteadas para receber uma das casas, mas não explicou o motivo. Isso, segundo o MPF, levantou suspeitas. Foram construídas na cidade 450 casas e cerca de duas mil pessoas se inscreveram no projeto habitacional, mas aproximadamente 1.500 delas não foram selecionadas.
No ano passado, o sorteio reuniu centenas de pessoas no estádio da cidade e as famílias vencedoras foram sendo anunciadas. A auxiliar de escritório Ranielle Oliveira estava entre as pessoas que foram sorteadas, mas, depois de algumas semanas, o nome dela não saiu na lista dos selecionados para pegar a chave do imóvel. Segundo ela, a Caixa não teria informado o motivo da exclusão. Inconformada, a auxiliar de escritório foi atrás de respostas.
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“Eu falei com o gerente e ele me disse que eles puxaram o meu seguro-desemprego como renda. Então eu pergunto, como um seguro-desemprego de três meses pode ser considerado renda, mas ele me falou que era o critério da Caixa”, conta.
De acordo com o MPF, há a suspeita de irregularidades no programa. No bairro onde foram erguidas as casas é possível ver que os moradores já estão fazendo melhorias nos imóveis. Algumas até incompatíveis com a renda de quem ganharia cerca R$ 1.500 por mês, como previa os critérios de seleção. Tem casa sendo até reconstruída e os próprios moradores denunciam.
“Tem gente aqui que ganha mais porque tem muita casa sendo reconstruída e quem ganha pouco não ia ter condições de derrubar uma casa todinha que foi entregue”, diz o soldador Edilson Marques.
Os moradores que não foram contemplados se sentem revoltados. “Eu estou decepcionada porque, a princípio, eu achei que era um sorteio limpo e depois eu vi que não é bem assim não”, desabafa Ranielle.
Os moradores que não foram contemplados se sentem revoltados. “Eu estou decepcionada porque, a princípio, eu achei que era um sorteio limpo e depois eu vi que não é bem assim não”, desabafa Ranielle.
Investigação
O MPF deu um prazo de uma semana para que tanto a Caixa como a prefeitura apresentem uma explicação sobre o porquê de algumas famílias terem sido excluídas do programa. Ambos não quiseram gravar entrevista.
O MPF deu um prazo de uma semana para que tanto a Caixa como a prefeitura apresentem uma explicação sobre o porquê de algumas famílias terem sido excluídas do programa. Ambos não quiseram gravar entrevista.
“Nós queremos ver quais foram os procedimentos adotados para a configuração do cadastro destas pessoas. Nós não sabemos ainda em que momento o cadastro dessas pessoas foram avaliados, se foram antes ou depois do sorteio. Nós já solicitamos a lista de todas as pessoas cadastradas e, a partir disso, nós vamos ter condições de avaliar se houve realmente alguma irregularidade”, explica o procurador da República Ailton Benedito de Souza.
O município de Catalão disse que seguiu todos os critérios exigidos pelo banco, como renda de até três salários mínimos e o candidato não possuir outros imóveis. Já a Caixa disse que só foram excluídas as pessoas que não se enquadraram nos critérios e que todos os inscritos que foram ao banco tiveram acesso a informação sobre o motivo de não terem sido beneficiados.
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