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10 janeiro 2012

Vias do DF terão mais 100 pardais dentro de três meses

DISTRITO FEDERALAlém do Eixão, que ganhou oito equipamentos, a EPTG, a Epia e a EPNB receberão reforço na fiscalização dentro de três meses. Será um equipamento a cada 3,7km de pista administrada pelo DER. Medida divide a opinião dos especialistas


Flávia Maia
Publicação: 10/01/2012 16:48 Atualização:

Fiscalização reforçada no Eixão: desde dezembro, a quantidade de pardais aumentou de 23 para 31 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Fiscalização reforçada no Eixão: desde dezembro, a quantidade de pardais aumentou de 23 para 31

Dentro de três meses, os brasilienses terão de conviver com 100 novos radares de fiscalização eletrônica nas rodovias distritais. O aumento ocorrerá no Eixão e nas estradas parque Taguatinga (EPTG), Núcleo Bandeirante (EPNB) e Indústria e Abastecimento (Epia). A quantidade de pardais subirá de 350 para 450 nos 1,7 mil quilômetros das 80 vias administradas pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER), o que dá uma média de um aparelho a cada 3,7km. Por enquanto, apenas oito novos pardais do Eixão estão em funcionamento, mas o órgão garante que, em 90 dias, os outros 92 estarão em pleno funcionamento.

Para a instalação dos equipamentos, o DER prioriza as vias e os trechos com mais ocorrências de acidentes fatais. No Eixão, por exemplo, oito pessoas morreram no ano passado. Por isso, a quantidade de pardais pulou de 23 para 31. A próxima via a receber mais fiscalização é a EPTG, que terá 35 na pista expressa e 15 nas marginais, totalizando 50 em 12,6km de extensão. A estrada, que custou R$ 306 milhões e foi entregue inacabada à população há mais de um ano com diversas falhas, como no sistema de drenagem pluvial, terá um radar a cada 800 metros, em média. A EPNB e a Epia também terão mais radares, mas o DER não definiu quantas unidades serão instaladas em cada uma.

A medida é controversa. Muitos motoristas desaprovam e, entre os especialistas, há os que defendem a instalação de pardais para conter as mortes no trânsito e os que dizem que, sem vir acompanhada de intervenções sérias nas condições das vias, a decisão servirá apenas para o governo arrecadar mais.

Segundo o superintendente de trânsito do DER, Murilo de Melo Santos, a sinalização que indica a presença da fiscalização continuará nas rodovias, porém os novos pontos não serão comunicados ao motorista. Isso atende à nova Resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), publicada em 13 de dezembro, que desobriga a instalação de avisos antes dos pardais ou barreiras eletrônicas.

Os 100 novos pardais fazem parte do pacote contratado pelo DER em 23 de dezembro do ano passado com a Engebrás. A empresa cuida da fiscalização das vias distritais e ganhou outra licitação. No novo contrato, ela trocará todos os 350 pardais e instalará os outros 100. O órgão pagará R$ 600 mil mensais à firma pelos serviços.

A professora Kaelly Ornelas, 39 anos, moradora da região de Sobradinho e motorista, não concorda. “Não faz sentido encher as ruas de radares se não for para fazer dinheiro. Isso não vai diminuir os acidentes. Tem é que conscientizar os motoristas, não puni-los”, reclamou ela.

Multas
Murilo Santos, do DER, diz que um estudo feito pelo órgão reforça a necessidade de instalar novos equipamentos. “Uma indústria precisa de matéria-prima. No caso de uma indústria de multas, o infrator é a matéria-prima. Se ele não existir, ela não existe. Por isso, para nós, interessa zero multas. As pessoas precisam acabar com essa ideia”, avaliou. Em 2011, o DER emitiu 300 mil multas por excesso de infrações nas vias distritais.

Segundo o professor de Engenharia de Tráfego da Universidade de Brasília (UnB) Paulo César Marques, as rodovias administradas pelo órgão são expressas e com poucas intervenções, como semáforos. Por causa disso, os novos radares são uma boa alternativa para diminuir os acidentes e a gravidade deles. “Acredito que os motoristas andarão na velocidade da via e perceberão que não perderam tempo cumprindo os limites impostos”, opina.

O especialista em transportes Artur Morais acredita, no entanto, que a medida tem de vir acompanhada de outras ações. “Não existe uma solução única. O aumento da fiscalização das vias por meio dos pardais e dos agentes é benéfico. Mas é preciso investir em sinalização, pavimentação decente, sistemas de escoamento de água e outros pontos que contribuem para melhorar o trânsito”, ressaltou o pesquisador da Universidade de Brasília (UnB).

Para Dickran Berberian, especialista em patologia de estruturas da UnB, os pardais só devem ser instalados em último caso. “Antes disso, o governo tem de tratar os problemas de sinalização e infraestrutura das vias. Sem trabalhar esses fatores, o aumento da fiscalização eletrônica é mais para faturar do que para disciplinar o trânsito”, ressaltou.

Colaborou Lucas Tolentino


Táxis na faixa de ônibus
A faixa exclusiva para ônibus na Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB) deve ser aberta para táxis e veículos escolares a partir de 8 de fevereiro. A previsão, do Transporte Urbano do Distrito Federal (DFTrans), é de que a concessão coincida com o início das aulas. O corredor está em funcionamento desde 27 de dezembro e, segundo o órgão, passa por período de ajustes para “melhorar a fluidez do trânsito naquela via”. O DFTrans acrescentou que, por enquanto, nenhum veículo está sendo multado por trafegar na faixa exclusiva.Reportagem Correio Braziliense-DF

Um comentário:

  1. Um pardal a cada 800 metros? A EPTG não será mais uma via expressa o governo quer é lucrar mais sobre os cidadãos.

    Esse é o pior governo da historia de Brasília! O governador tem que ao invés colocar pardais tem é que sinalizar corretamente as pistas, fazer um recapeamento com asfalto de qualidade nas vias e não querer enriquecer bolso com isso.

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