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27 outubro 2011

OIT denuncia trabalho escravo


Goiás
quarta-feira, 26 de outubro de 2011, 01:13


Lyniker Passos 
Goiás está entre os quatro Estados que mais possuem denúncias com relação a trabalho escravo no País. A informação é da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que divulgou ontem estudo com o perfil dos atores envolvidos no trabalho escravo rural no Brasil: as vítimas, os intermediários e os empregadores. 
Goiás figura a estatística negativa junto com Mato Grosso, Pará e Bahia. Durante o levantamento, 121 trabalhadores foram ouvidos pelos coordenadores em dez fazendas em operações do Grupo Móvel¸ composto por Auditores Fiscais do Trabalho, procuradores e policiais federais e rodoviários federais.
O HOJE adiantou, na edição de quarta-feira (19), a gravidade do problema nas fazendas goianas. O número de trabalhadores resgatados em situação análoga à escravidão no Estado já alcançou 272, somente este ano. A pesquisa da OIT foi realizada de outubro de 2006 a julho de 2007. Um ano depois Goiás estava no topo da lista, registrando o maior número de resgates do País – 867. Em 2009, caiu para a quinta colocação, com 328 resgatados. No ano passado, voltou a registrar número maior de resgates – 314, ficando em terceiro. Para este ano ainda não está disponível estatística nacional. 
O estudo aponta o perfil médio desse trabalhador como simples: analfabeto ou com até dois anos de escolaridade. Também avalia que as formas contemporâneas de escravidão incluem trabalhos forçados em jornadas excessivas, condições de alojamento subumanas e dívidas aos patrões. Para o procurador do trabalho em Goiás, Antônio Carlos Rodrigues, os trabalhadores já começam a atuar devendo transporte, roupa, alimentação e até mesmo o material de trabalho, que é descontado do salário que deveria ser pago. 

Conforme a OIT, a situação se agrava porque a maioria dos trabalhadores sai de sua cidade para trabalhar longe e perde a referência, o que justifica o alto número de migrantes. Grande parte dos entrevistados nasceu no Nordeste, correspondendo a 77,6%. O Centro-Oeste ficou em segundo lugar, com proporção bem menor (8,3%), seguida pelo Norte (5,0%), Sul (5,0%) e Sudeste (4,1%).
Desmatamento
Mais da metade das fazendas pesquisadas utiliza mão de obra escrava no Brasil – a maioria na pecuária e agricultura. Normalmente as pessoas são chamadas para desmatar áreas e limpá-las após a queda das árvores para servir de pasto. Em Goiás, a situação é mais grave nas olarias e no trabalho voltado à produção de carvão. 
Para o MPT em Goiás, a atividade de produção de tijolos bate recorde. “Além disso, nesses locais as condições de trabalho são as mais degradantes.” Antônio Carlos observa que os números no Estado são altos devido a intensificação da fiscalização e também por ainda existir focos residuais do trabalho escravo em diferente áreas. Ainda citou as cidades onde já foram feitos resgates este ano: Crixás, Britânia, Nova Crixás, Porangatu, Mara Rosa, Paraúna e Anicuns. 

Fonte: O Hoje de Goiânia-GO
Folha: 12:30

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