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23 outubro 2011

A vulnerabilidade da aliança

GOIÂNIA-GO
Marina Dutra

O sólido casamento firmado entre PMDB e PT nas eleições de 2008, que contribuiu para a reeleição do prefeito de Goiânia à época, Iris Rezende (PMDB), pode acabar em divórcio em 2012, diante do jogo de troca de afagos e farpas que embalam as declarações das lideranças das duas siglas. Por ora, a crise é pequena, mas pode ganhar proporções imensuráveis à medida que o PMDB pressiona o PT no apoio incondicional nas eleições de 2014.

Apesar dos peemedebistas terem reforçado a aliança com o PT na festa de filiação do deputado federal Sandro Mabel ao PMDB, ocorrida nesta semana, a mensagem que Iris deixou para os petistas foi clara: se o PMDB está disposto a apoiar a reeleição do prefeito Paulo Garcia (PT) em 2012, o PT também deve estar disposto a apoiar o PMDB em 2014. Se até algum tempo atrás a mensagem de apoio de Iris à reeleição de Paulo Garcia era um fato irreversível, hoje ela vai perdendo sua força de compromisso político.

A falta de um discurso único entre a ala do PT tem ampliado o coeficiente de desconfiança e de fragilidade da aliança. Basta somar o desencontro de declarações turbinadas por alguns petistas e o silêncio estratégico de outros. Enquanto o prefeito se apressa em colocar pano quente na evidente crise, chegando a jogar a responsabilidade de decisão de apoio ao seu partido, outras lideranças petistas, como o deputado estadual Humberto Aidar, trata logo de colocar mais gasolina no fogo amigo. “Em 2014, é mais fácil eu descer na lua ou virar centroavante do Botafogo do que o PT apoiar uma candidatura do PMDB para o governo. Ou seja, a chance é zero”, disparou ao O HOJE, defendendo a candidatura ao governo do deputado federal e maior liderança do PT, Rubens Otoni. 

Diante da falta de reação ou garantia nítida do PT, o PMDB já colocou seu time em campo. O ingresso de Mabel ao PMDB é uma evidente prova de que o partido se movimenta no jogo político emitindo sinais claros que peemedebistas e petistas podem ficar em trincheiras opostas no ano que vem. Mabel, que já disputou a Prefeitura de Goiânia (e perdeu), em 1992, para Darci Accorsi (PT), afirmou que a decisão caberá aos “coronéis” do partido. Porém, mesmo defendendo o acordo PMDB – PT, Mabel diz estar preparado para enfrentar qualquer pleito.

Valendo-se da máxima de que na política valem os fatos e não os acordos, o PMDB ainda está preocupado com a gestão de Paulo Garcia. Nos bastidores, alguns peemedebistas avaliam que o petista não conseguiu decolar em sua administração. Desgastado com temas polêmicos, como os impasses do Parque Mutirama e do Zoológico, certa ala do PMDB ainda vê com desconfiança o bom desempenho eleitoral que Paulo Garcia pode exibir nas eleições municipais. Em declaração à coluna do jornalista Ivan Mendonça, um peemedebista que preferiu não se identificar, afirmou que as obras municipais não saem do papel e que Paulo precisa atuar como protagonista no desafio de amolecer o discurso de Rubens Otoni e da cúpula do PT, sobre a ideia de lançar candidato em 2014.
Petistas também estão em alerta, já que o PMDB exibe em sua cartela histórica compromissos que não foram cumpridos. Basta lembrar o caso do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, atraído pelo PMDB em 2009, com a promessa de sair candidato a governador em 2010. Atropelado pelo trator Iris e seus seguidores, Meirelles ficou de fora do processo e zarpou este ano para o PSD.   (Colaborou Mirelle Irene)
 
fonte: O HOJE DE GOIÂNIA_GO
folha: 12:40

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