Tucanos divergem sobre prévias

 Goiânia-GO

Mirelle Irene

O PSDB em Goiânia vive o risco de que o processo de escolha do candidato ao Paço Municipal, se não for bem administrado,  possa se transformar em uma crise interna. Pré-candidatos da sigla discordam da realização de prévias para a escolha do candidato tucano que disputará a Prefeitura da capital no ano que vem. Começam a surgir, por isso, sinais mais contundentes de que o governador Marconi Perillo (PSDB) deve entrar no processo de afunilamento da escolha da candidatura.

Com quatro nomes se apresentando até agora no ninho tucano como opções na disputa em Goiânia – os deputados estaduais Fábio Sousa e Túlio Isac, e os federais João Campos e Leonardo Vilela –, o PSDB de Goiás já pensa nas convenções prévias para jogar nas mãos da militância a tarefa de apontar o candidato. Mas, para alguns tucanos, um acordo tácito entre os pré-candidatos que afunilasse em um nome único evitaria desgastes. Ou, caso isso não fosse possível,  a indicação aberta do governador, mostrando para onde iria o forte apoio do Palácio das Esmeraldas.

Atento a isso, o deputado Túlio Isac alerta que as prévias podem provocar um efeito que deve ser avaliado e, segundo ele, evitado. “A partir do momento que eu entro para disputar prévias, eu passo a ter um adversário dentro do PSDB”, disse. “Em prévias, sempre alguém sai machucado”, sublinha. O deputado afirma que, por isso, não participará de disputa interna. “Meu adversário não está no PSDB. Se este for o caminho, estou fora, abro mão da minha pré-candidatura.”

Para Túlio, é o governador Marconi e a cúpula tucana que devem mesmo reforçar a escolha do nome tucano que disputaria o pleito em Goiânia. “O governador, o presidente, as pessoas que hoje estão liderando o PSDB devem se reunir e escolher o melhor candidato, aquele que pode aglutinar mais, se o Demóstenes (Torres, do DEM) não for candidato”, apregoa.

Democracia

Mas, de forma contrária, o deputado Fábio Sousa acredita que as prévias são o caminho mais democrático para escolher o candidato do PSDB. “É uma forma mais ampla de se tomar uma decisão partidária, não uma escolha de poucas pessoas. Todos vão participar e isso vai fazer a diferença, porque vai ser uma decisão incontestável”, pontua. Para o deputado, ao ser legitimado pela maioria dos filiados, o escolhido mostraria capacidade natural de conseguir a unidade dos tucanos para disputar a Prefeitura.

Fábio, que também é presidente metropolitano do PSDB, tem reagido com veemência ante a hipótese de aceitação prévia da candidatura do secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, o deputado federal Leonardo Vilela, ventilado com a opção mais simpática à cúpula regional do partido. Por isso apoia as prévias.

Fábio Sousa critica Leonardo por ter pedido à direção nacional do PSDB ajuda para recadastrar os filiados em Goiânia para as prévias. A informação vazou na imprensa. Segundo consta, a última recontagem aponta 10 mil membros, mas alguns tucanos dizem ser apenas 7 mil filiados na capital. “Não sei qual a intenção do deputado, mas todo ano são feitos dois recadastramentos pelo próprio TRE.”

Apaziguador, o presidente regional do partido, Paulo de Jesus, garante que antes de marcar as prévias tentará costurar um consenso e um “nome da unidade”, e garante que não há preferidos pela cúpula no processo de escolha. “As prévias também são uma determinação do diretório nacional. Mas estamos trabalhando no consenso”, disse.

FONTE: O HOJE DE GOIÂNIA-GO

FOLHA 16:24