Wildes Barbosa
José de Lima em construção: "Mercado está muito bom"
José de Lima em construção: "Mercado está muito bom"
O ritmo de contratações nas empresas goianas ficou menor que no ano passado.No último mês de julho, 6.055 novos empregos foram criados em Goiás, uma queda de 6,2% em relação ao mesmo período de 2010, quando o saldo mensal foi de 6.458 vagas. Mesmo assim, este foi o melhor resultado da Região Centro-Oeste, puxado pelo bom desempenho da construção civil e do setor agropecuário.

A redução do ritmo das contratações em julho foi verificado em todo País, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho. De janeiro a julho, na série ajustada, que incorpora as informações declaradas fora do prazo, foram abertos 83.801 novos postos de trabalho em Goiás.

O setor que mais incrementou as contratações em julho foi o da construção civil, que abriu 2.098 novos postos de trabalho no mês passado, um incremento de 25,5% em relação a julho de 2010 ( veja quadro) . Os bons números são resultado do aquecimento do mercado imobiliário, que aproveita o período de seca para agilizar as obras em andamento.

Canteiros de obra

Somente na Incorporadora Borges Landeiro, foram abertos mais de 200 novos postos de trabalho em julho. O gerente de Pessoal da empresa, José Silva, informa que as contratações vieram suprir um aumento da demanda por trabalhadores por causa do avanço das obras já em andamento e a abertura de novos canteiros, com o lançamentos de mais empreendimentos.

Segundo ele, a empresa conta com um bom banco de dados e costuma fazer remanejamento de pessoal entre as obras. Mesmo assim, José Silva reconhece que atualmente há uma maior dificuldade para contratar pessoal. "Muita gente está investindo em pequenas construções individuais, o que reduziu a oferta de mão de obra", destaca.

Só nas obras do empreendimento Tropicale, localizado na região Norte de Goiânia, que conta com 12 torres, são mais de 700 funcionários, com previsão para novas contratações em breve.

O encarregado de obras José de Lima, de 39 anos, que estava trabalhando em Brasília, foi recontratado pela empresa em julho. Casado e pai de dois filhos, ele conta que precisou voltar a Goiânia por motivos particulares e já chegou empregado. "O mercado para construção está muito bom. Sempre encontramos vagas abertas", conta José, que foi para Brasília justamente para atender a maior demanda local por mão de obra.

O setor agropecuário teve o segundo melhor desempenho do mês, com 1.414 novas vagas abertas em julho. O gerente técnico e econômico da Federação da Agricultura do Estado (Faeg), Edson Novaes, explica que isso é resultado da intensificação da safra de cana-de-açúcar e também do período de entressafra da produção de carne e leite. "Neste período, há uma produção mais intensiva, em confinamentos, o que exige mais pessoal para lidar com o gado", destaca.

Menor ritmo

Por outro lado, setores como as indústrias de transformação, comércio e serviços reduziram o ritmo de contratações em julho, como aconteceu no restante do País. Para o coordenador técnico da Federação das Indústrias de Goiás (Fieg), Welington da Silva Vieira, isso é reflexo das medidas antiinflacionárias tomadas pelo governo federal desde o fim do ano passado, como a alta dos juros, que já refletiram no emprego.

Ele ressalta que essa desaceleração das contratações ainda não têm relação com a crise internacional. A preocupação agora é com o segundo semestre, quando há uma desaceleração sazonal da indústria, pois a mineração é afetada pela chuva e a indústria que vende para o Natal só produz até outubro, pois precisa entregar antecipadamente as encomendas.

Mesmo assim, Welington lembra que Goiás foi responsável por 7,5% dos empregos criados pela atividade industrial brasileira. "No acumulado, os resultados estão bons. Crescemos mais rapidamente que a média da indústria brasileira", destaca.

Cristalina
Depois de Goiânia, o município do Estado que mais gerou empregos em julho foi Cristalina: 1.152 vagas. O coordenador técnico da Fieg explica que isso é resultado da abertura de indústrias de processamento de alimentos no município.

"É uma região que tende a crescer muito por ser um dos maiores produtores agrícolas do País", ressalta Welington. Ele lembra que Cristalina conta com mais de 500 pivôs de irrigação, o que favorece a produção.
fonte o popular
folha 8:49