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31 julho 2011

Mortos, feridos, sofrimento e R$ 5 bi em prejuízos no trânsito


Goiás

Acidentes

Almiro Marcos31 de julho de 2011 (domingo)

Adriana Braz mostra as fotos do pai, Francisco Pinheiro, e do irmão, Fabiano Braz, ambos vítimas de acidentes de moto

Estradas e avenidas deixaram saldo de 1.780 mortos e 57.221 feridos em 2010 em Goiás
O homem vinha de Hidrolândia pela BR-153 com o pensamento lá na garagem na concessionária em Goiânia. Era manhã de 17 de maio de 2010. Finalmente iria pegar o carro e abandonar aquela moto que tanto medo causava na família. E não por acaso ele escondia a existência e o uso da famigerada motocicleta dos parentes. Há sete anos, tinha perdido o filho, de 22 anos, em um acidente de moto. Francisco Pinheiro Nogueira ainda não sabia, mas ele pilotava em direção ao mesmo destino infeliz do filho.

Nas proximidades da Mabel, ele se envolveu em um acidente com um caminhão. Foi levado às pressas para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). Acabou transferido para um hospital particular também na capital. O esforço não surtiu efeito. Seis dias depois, Francisco Pinheiro morreu. Ele tinha 62 anos. "É um horror o que acontece no trânsito. Nossa família sabe dizer bem o que acontece. Eu tenho pavor de moto. Já perdi meu pai, meu irmão, primos e primas em acidentes. A perda é muito difícil. É uma dor que nunca passa. Quando ouço falar de um acidente com vítimas, sinto na pele o que a pessoa está passando", afirma Adriana Braz Nogueira, filha de Francisco Pinheiro, morto após o acidente na BR-153 no ano passado. O homem entrou nas estatísticas oficiais como um dos 1.780 mortos nas vias urbanas e rodovias goianas em 2010. Além disso, foram outras 57.221 pessoas feridas, com traumas de menor ou mais gravidade. Mais do que o sofrimento e a dor das famílias, que são incalculáveis, inestimáveis, os acidentes também causam prejuízos financeiros. Cálculos feitos com base em estudos técnicos sobre custos de acidentes encabeçados pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e atualizados de acordo com a inflação, indicam que os 83.583 acidentes registrados em todo o Estado de Goiás no ano passado causaram prejuízos de mais de R$ 5,2 bilhões aos cofres públicos e a bolsos particulares (a maior parte dos gastos é pública). O montante corresponde a mais de 35% do Orçamento do Estado para 2011, que é de R$ 14,7 bilhões. Esse valor não inclui o R$ 1,5 bilhão do empréstimo federal à Companhia Energética de Goiás (Celg), que ainda não foi confirmado e não pode ser contabilizado. Os gastos com acidentes correspondem ainda a mais de cinco vezes e meia o orçamento previsto para a Saúde no Estado em 2011 (cerca de R$ 930 milhões) e a mais de duas vezes o gasto em educação (cerca de R$ 2,4 bilhões). "Não é possível fechar os olhos para isso. São milhares de vidas ceifadas e milhões de feridos todos os anos no Brasil. E a dor dessas famílias? É preciso que o Estado invista para combater essa epidemia. Não é possível que, no caso de Goiás, os custos estimados sejam comparáveis a um terço do orçamento", argumenta o engenheiro especialista em trânsito Aílton Brasiliense, presidente da Agência Nacional de Transportes Públicos (ANTP) e ex-presidente do Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) .

fonte o popular

folha 12:15 

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