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25 julho 2011

Multas aplicadas por agentes do Detran e PMs cresceram 19,8%


Brasília-DF
Antonio Temóteo
 Publicação: 25/07/2011 07:36 Atualização:
Os motoristas do Distrito Federal estão mais cautelosos para não serem multados por pardais e barreiras eletrônicas, mas o arrocho na fiscalização dos agentes de trânsito aumentou a quantidade de multas aplicadas. Além disso, os condutores continuam a cometer infrações como dirigir sem usar o cinto de segurança e falar ao celular. Levantamento do Departamento de Trânsito (Detran) aponta que, até junho deste ano, 3.934 condutores foram flagrados diariamente por radares, enquanto em 2010, a média foi de 4.179 autuações. Apesar da queda nos registros eletrônicos — de 5,8% —, os dados indicam uma elevação de 19,8% no número de notificações aplicadas manualmente pelos fiscais do departamento e por policiais militares. Essa compensação se traduziu no crescimento de 1,2% no total de multas aplicadas.

De acordo com gerente de Policiamento e Fiscalização do Detran, Marcelo Madeira, a elevação na quantidade de infrações registradas manualmente é reflexo de um projeto-piloto iniciado em 2010, que introduziu o uso de talões eletrônicos. Madeira explica que 80 equipamentos foram disponibilizados para agentes de trânsito e PMs e, dessa forma, todo o processo foi agilizado. “O preenchimento é rápido e seguro porque os dados do veículo aparecem na tela do aparelho quando o número da placa é inserido. Com isso, a quantidade de erros diminui e todo o processo ficou mais transparente”, comenta.

O advogado Leandro Ferreira Borges, 31 anos, vai engrossar a lista de motoristas autuados por meio da nova tecnologia utilizada pelo Detran. Ele precisava ir a uma agência bancária localizada em um shopping e, para não arcar o valor cobrado pela empresa que administra estacionamento do estabelecimento, estacionou o carro em uma área de embarque e desembarque. “Parei aqui para não pagar estacionamento e saiu caro. Sabia que estava em um local irregular e fui punido. Como estudioso das leis, sei que o Detran está sendo correto”, admitiu.

Segundo o gerente de Policiamento e Fiscalização do Detran, parte das atividades desenvolvidas pelos fiscais são acompanhadas por uma equipe de educadores para garantir que os condutores relembrem as determinações da lei e se conscientizem. “Ao cometer infrações, alguns motoristas não tem a percepção do risco que oferece, por exemplo, ao andarem sem o cinto de segurança ou usar o celular enquanto dirigem. E é aí que entra a educação para alertar sobre esses problemas”, argumenta.

Segundo o estudo do departamento, nos seis primeiros meses de 2011, a cada dia, 177 motoristas ou passageiros foram multados por estarem sem cinto de
segurança, um aumento de 24,6% em relação a média do ano passado. Já o uso de aparelhos celulares ao volante cresceu 16,6% na comparação entre os dois períodos.

Punição
Na avaliação do diretor de Educação no Trânsito do Detran, Marcelo Granja, a fiscalização deve aumentar para que motoristas entendam a gravidade do problema, consequências e se intimidem antes de cometer alguma irregularidade. De acordo com Granja, esse processo deve, no entanto, ser necessariamente vinculado ao trabalho educativo para promover mudança na mentalidade dos brasilienses. “Observo que hoje as pessoas conhecem a legislação mas a descumprem por escolha própria. Por isso é preciso intimidá-las com a fiscalização. Os condutores precisam entender que não estamos ali apenas para multar e sim reduzir o número de acidentes”, justifica.

Segundo o professor de psicologia da Universidade de Brasília Hartmut Günter, os condutores têm total consciência das irregularidades que cometem no trânsito, mas, como não há uma sanção muito severa, eles repetem os erros. “O motorista precisam se conscientizar que as atitudes que toma tem consequências. Se eu faço algo errado no trânsito haverá uma punição, uma multa. Se eu dirijo embriagado, vou passar uma noite na cadeia”, frisou.

Granja diz ainda que a intenção do departamento não é apenas formar futuros motoristas, mas cidadãos conscientes. E para que esse trabalho tenha resultado, ele pontua alguns projetos desenvolvidos pela diretoria. “Estamos levando um repentista e toda uma equipe de educadores para abordar os frequentadores de bares. Essas ações são direcionadas aos que consomem bebidas alcoólicas ocorrem entre as 18h30 e as 22h. Em seguida, é realizada uma operação dos fiscais. Também vamos sistematizar atividades em universidades e intensificar os trabalhos em escolas”, completa.

Cuidados
O taxista Elizeu Alves dos Santos, 43 anos, trabalha há 19 como motorista profissional. Santos faz parte do grupo de condutores que não levou nenhuma multa nos últimos 12 meses. Segundo o taxista, antes ser autuado por um radar eletrônico após avançar o sinal vermelho, ficou 10 anos sem cometer qualquer irregularidade. “Procuro manter uma boa distância dos carros que estão ao meu redor e tento não me estressar no trânsito. Em Brasília, as pessoas correm demais, não dão passsagem e são bastante desatentas”, opina.

Conta alta
No ano passado, os motoristas desembolsaram R$ 99,2 milhões por infrações nas vias do DF. Desse montante, cerca de R$ 87,8 milhões foram destinados à empresa Search, responsável pelo sistema de informática de multas e controle de habilitações do Detran

fonte: correio braziliense 
folha 9:50

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