Segurança
Número de homicídios não recua dois meses após a chegada da tropa à região, em maio
13 de julho de 2011 (quarta-feira)
O número de homicídios nas cinco cidades do Entorno do Distrito Federal onde a Força Nacional de Segurança vem atuando cresceu 13,2% em maio e junho deste ano, em relação ao mesmo período do ano passado. Nesses dois meses de atuação do grupo especial, o número de assassinatos saltou de 53 para 60, nas cidades de Luziânia, Cidade Ocidental, Novo Gama, Valparaíso e Águas Lindas.
Considerando os 19 municípios do Entorno do DF, o aumento é consideravelmente maior, chegando a 35% no mesmo período. Nessas cidades, o registro de homicídios apontou aumento de 70 para 95 casos.
Dois deles ocorreram segunda-feira em Luziânia e não deixaram pistas para a polícia. Em um dos casos, o corpo de uma mulher, que não havia sido identificada até ontem à noite, foi encontrado pela Polícia Militar, a partir de uma denúncia anônima. A mulher morreu asfixiada e estava com um saco na cabeça quando foi encontrada.
Chocada com o crime, a moradora de uma chácara próxima ao local, que não quis revelar seu nome, desabafava, ontem, dizendo sentir medo de tanta violência, enquanto a PM registrava a ocorrência.
Outra mulher de 25 anos foi morta dentro de casa em Luziânia. Segundo a PM, o próprio pai a encontrou em cima da cama, com marcas de estrangulamento no pescoço. O município teve 16 mortes em maio e junho do ano passado. No mesmo período deste ano foram 23 mortes.
Em Novo Gama, os assassinatos, que eram 3 em maio e junho de 2010, este ano saltaram para 12. Nos primeiros seis meses do ano, até junho, foram 307 homicídios nas 19 cidades da divisa com o DF. No mesmo período de 2010, foram 262 ( veja no quadro ).
Omissão
O Ministério da Justiça omitiu os números de homicídios durante divulgação do balanço oficial das operações no Entorno, no final da semana passada. Sob o título Força Nacional ajuda a reduzir criminalidade no Entorno , o texto no site do Ministério diz apenas que 12.243 pessoas foram abordadas, 1.256 veículos revistados, 45 presos, 6 foragidos recapturados, e pouco mais de 2 quilos de drogas foram apreendidos durante o tempo de atuação na região.
Os números absolutos de homicídios foram divulgados pelo Gabinete de Gestão Integrada, núcleo criado pelo governo estadual para conter os índices de violência na região. O comandante de Operação da Força Nacional na região do Entorno, capitão Iremar Nogueira Charopem, comparou o índice de 71 homicídios ocorridos em março - antes da chegada da Força - com os 44 ocorridos em junho, argumentando que houve redução dos homicídios desde a chegada dos policiais.
"É o contrário", disse ele à reportagem, ao ser questionado sobre o aumento do número de homicídios. "Não se pode comparar dados com os do ano passado. Desde quando a Força atua, houve redução", completou. Ele admitiu, entretanto, que os números "não chegam nem perto do que queremos". "A situação do Entorno vem de anos e não se resolve de uma forma imediata", disse o diretor da Força Nacional, major Alexandre Augusto Aragon.
Além da violência, as cidades do Entorno são as menos beneficiadas pelo investimento público. Com exceção de Luziânia e Formosa, que têm infraestrutura relativamente melhor, os municípios da região sofrem graves deficiências nas áreas de educação, saneamento básico, saúde e coleta de lixo, além da falta de emprego e carências na área da cultura.
fonte jornal o popular
Considerando os 19 municípios do Entorno do DF, o aumento é consideravelmente maior, chegando a 35% no mesmo período. Nessas cidades, o registro de homicídios apontou aumento de 70 para 95 casos.
Dois deles ocorreram segunda-feira em Luziânia e não deixaram pistas para a polícia. Em um dos casos, o corpo de uma mulher, que não havia sido identificada até ontem à noite, foi encontrado pela Polícia Militar, a partir de uma denúncia anônima. A mulher morreu asfixiada e estava com um saco na cabeça quando foi encontrada.
Chocada com o crime, a moradora de uma chácara próxima ao local, que não quis revelar seu nome, desabafava, ontem, dizendo sentir medo de tanta violência, enquanto a PM registrava a ocorrência.
Outra mulher de 25 anos foi morta dentro de casa em Luziânia. Segundo a PM, o próprio pai a encontrou em cima da cama, com marcas de estrangulamento no pescoço. O município teve 16 mortes em maio e junho do ano passado. No mesmo período deste ano foram 23 mortes.
Em Novo Gama, os assassinatos, que eram 3 em maio e junho de 2010, este ano saltaram para 12. Nos primeiros seis meses do ano, até junho, foram 307 homicídios nas 19 cidades da divisa com o DF. No mesmo período de 2010, foram 262 ( veja no quadro ).
Omissão
O Ministério da Justiça omitiu os números de homicídios durante divulgação do balanço oficial das operações no Entorno, no final da semana passada. Sob o título Força Nacional ajuda a reduzir criminalidade no Entorno , o texto no site do Ministério diz apenas que 12.243 pessoas foram abordadas, 1.256 veículos revistados, 45 presos, 6 foragidos recapturados, e pouco mais de 2 quilos de drogas foram apreendidos durante o tempo de atuação na região.
Os números absolutos de homicídios foram divulgados pelo Gabinete de Gestão Integrada, núcleo criado pelo governo estadual para conter os índices de violência na região. O comandante de Operação da Força Nacional na região do Entorno, capitão Iremar Nogueira Charopem, comparou o índice de 71 homicídios ocorridos em março - antes da chegada da Força - com os 44 ocorridos em junho, argumentando que houve redução dos homicídios desde a chegada dos policiais.
"É o contrário", disse ele à reportagem, ao ser questionado sobre o aumento do número de homicídios. "Não se pode comparar dados com os do ano passado. Desde quando a Força atua, houve redução", completou. Ele admitiu, entretanto, que os números "não chegam nem perto do que queremos". "A situação do Entorno vem de anos e não se resolve de uma forma imediata", disse o diretor da Força Nacional, major Alexandre Augusto Aragon.
Além da violência, as cidades do Entorno são as menos beneficiadas pelo investimento público. Com exceção de Luziânia e Formosa, que têm infraestrutura relativamente melhor, os municípios da região sofrem graves deficiências nas áreas de educação, saneamento básico, saúde e coleta de lixo, além da falta de emprego e carências na área da cultura.
fonte jornal o popular
folha p. 11:13
Nenhum comentário:
Postar um comentário