Policiais da Força Nacional de Segurança em Luziânia
Uesley Marcelino/Reuters - 18.04.11
Policiais da Força Nacional de Segurança em Luziânia




O Ministério da Justiça anunciou ontem mais duas medidas para tentar conter a violência no Entorno do DF: a ampliação da tropa da Força Nacional de Segurança e contratação de uma consultoria internacional para ajudar a identificar soluções. As providências foram solicitadas pelo governo de Goiás ao Ministério da Justiça e à Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e comunicadas em reunião com o secretário estadual de Segurança Pública, João Furtado Neto.

A Força atua em cinco cidades desde abril mas ainda não conseguiu conter a crescente taxa de homicídios. Na noite de terça-feira, mais quatro homens foram assassinados numa chacina em Valparaíso. Na edição de ontem, O POPULAR mostrou que, mesmo com a presença de 86 militares do grupo, os assassinatos cresceram 35% no Entorno e 13,2% nas cidades onde a Força atua diretamente - Luziânia, Cidade Ocidental, Novo Gama, Valparaíso e Águas Lindas. Mais 40 militares devem chegar ao Entorno nos próximos dias.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, anunciou também a contratação de uma empresa de consultoria internacional para mapear as causas e as possíveis soluções para a violência da região. A empresa, que não teve nome divulgado, fará um relatório em 120 dias, mas emitirá diagnósticos parciais para auxiliar as investidas da Força Nacional e do Gabinete de Gestão Integrada, grupo criado pelo governo estadual para conter a onda de violência na região.

Até junho, 314 pessoas foram assassinadas nos 19 municípios da divisa com o DF. No ano passado, foram 509 homicídios. Em reunião com o ministro José Eduardo Cardozo e com a titular da Senasp, Regina Miki, ontem, o secretário João Furtado Neto, pediu mais investimentos federais para reformar delegacias, construir e reformar presídios, além de construir novas unidades da polícia técnico-científica.

O secretário disse ver com "naturalidade" o aumento no número de homicídios, apesar da presença da Força Nacional. "Estamos no meio do ano. O aumento é resultante do tráfico, da facilidade com que os criminosos têm acesso a armas", disse. Ele considerou positiva a atuação do grupo. "Sem ela (Força Nacional), estaríamos pior".

Furtado espera ainda o repasse de R$ 3,5 milhões em equipamentos de combate e prevenção ao crime, que, segundo ele, já estariam disponibilizados ao Estado. São robôs para desativar explosivos, máquinas de raios-X para indentificar artefatos e equipamentos de segurança pessoal semelhantes aos utilizados pelo Exército norte-americano.

A Força Nacional chegou ao Entorno no dia 22 de abril. É a segunda vez que o grupo é convocado a atuar na região. Em outubro de 2007, a pedido da Secretaria de Segurança Pública, a União enviou 180 militares para Goiás. No Entorno de Brasília, a taxa média de assassinatos é de 70 casos por 100 mil habitantes, índice maior que os registrados na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, e na Baixada Santista, em São Paulo.
Fonte Jornal o Popular -GO
Folha 11:44