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12 agosto 2011

Na China, Agnelo lança a candidatura de Brasília como sede da Universíade


Brasilia-DF

Publicação: 12/08/2011 08:00 Atualização:
Shenzhen (China) — Na terra onde o alfabeto parece jogo da velha, uma mensagem foi prontamente compreendida pela comitiva brasileira que chegou em solo chinês e tenta trazer para Brasília os jogos universitários mundiais. O campeonato demanda estrutura, organização e segurança, exigências que fazem lembrar a magnitude das Olimpíadas, mas capaz de gerar desenvolvimento na mesma proporção às cidades que buscam atender os requisitos para hospedar o evento. A um dia do início das competições entre quase 10 mil atletas de 152 países, Shenzhen tornou-se um exemplo didático do desafio que o Distrito Federal enfrentará para sediar a Universíade de Verão em 2017, competição que reúne mais de 20 modalidades esportivas, como futebol, atletismo, vôlei, basquete, ginástica artística, saltos ornamentais, tênis.

Era manhã na China e madrugada no Brasil quando o governador Agnelo Queiroz (PT) e sua comitiva desembarcaram em Hong Kong, a 40 minutos de Shenzhen. Foram 26 horas de voo entre Brasília e a China, mais sete horas por conta das escalas para atravessar dois continentes, outras duas até fazer a imigração entre Hong Kong e Shenzhen (Leia Para saber mais), além de meia hora de carro até alcançar a vila dos atletas que disputam a 26ª Universíade de Verão. A cidade onde está hospedada a comitiva brasileira — formada por Agnelo e quatro secretários de Estado — fica do outro lado do mundo. A jornada intercontinental para uma agenda de três dias, no entanto, foi considerada fundamental para demonstrar o interesse de Brasília em hospedar o campeonato mundial. Além disso, o exemplo chinês servirá como referência para a capital brasileira, caso seja eleita sede do campeonato de 2017.

Maratona
Desde os jardins decorados com o mascote do evento — uma letra u amarela, redondinha e sorridente —, aos carros customizados, balões pendurados nos postes, outdoors com o slogan, até os 20 mil voluntários uniformizados que trabalham na organização do campeonato, tudo em Shenzhen orbita em torno dos jogos de verão, que, aliás, é muito quente e úmido na região chinesa. Foi nesse cenário que Agnelo mostrou a cara de Brasília. Depois de uma maratona aérea e diplomática para chegar à China, o governador comeu um sanduíche e chegou à vila dos atletas a tempo de se enquadrar na foto oficial da delegação brasileira.

Meio sem jeito, porque nem todos os atletas da delegação sabiam quem era o homem de terno e gravata em meio aos canarinhos, Agnelo registrou ali a candidatura do Distrito Federal para 2017. “Não sabia que o Brasil estava na disputa para sediar os jogos universitários. Fiquei animado com a possibilidade. É muito diferente competir quando se tem uma torcida gritando por você”, disse Fábio Carvalho, atleta carioca de tiro ao alvo. Ele estava em meio a um grupo de colegas brasileiros do tênis e da esgrima, que também aprovaram a ideia. “É uma forma de divulgar a Universíade e o Brasil”, considerou o tenista de São Paulo Erik Gomes.

Na vila universitária de Shenzhen, o governador do DF foi recepcionado por dois representantes do Ministério do Esporte, uma equipe da Confederação Brasileira do Desporto Universitário (CBDU), além de integrantes da delegação brasileira na China, com quem percorreu o complexo construído especialmente para abrigar os atletas da Universíade. A comitiva andou pelos prédios onde estão hospedados os competidores, ginásios, anfiteatros e praça da alimentação, que funciona 24 horas e dá acesso livre aos atletas. Nas janelas dos apartamentos onde estão hospedados os estudantes, bandeiras do Canadá, da Rússia, da Alemanha, dos Estados Unidos e do Brasil demonstram tratar-se de é um evento esportivo com projeção mundial.

119 medalhas
Entre os 10 mil atletas que competem na Universíade de verão em Shenzhen, 210 são brasileiros. Nos jogos universitários, o Brasil já faturou 119 medalhas, sendo 24 de ouro, 29 de prata e 66 de bronze. União Soviética, Estados Unidos e a própria China foram os países que mais se destacaram em quase três décadas desde o início dos jogos universitários.
 

Investimento alto
A Federação Internacional do Esporte Universitário (Fisu) estima que o governo de Shenzhen gastou 250 milhões de euros só para operacionalizar os jogos universitários, além das obras que teriam custado, segundo autoridades chinesas, outros 600 milhões de euros. O dinheiro foi empregado ao longo de dois anos de trabalho para erguer uma estrutura iniciada praticamente do zero. Agnelo defende a candidatura de Brasília tendo como um dos argumentos o fato de a capital estar em preparação para sediar outros eventos internacionais, como a Copa do Mundo de 2014.

O governador admite a necessidade de reformas e adaptações em alguns endereços, mas garante que a maioria dos equipamentos (82%) já estará pronta na ocasião da Universíade de 2017. “Temos praticamente tudo o que o campeonato exige em um raio de três quilômetros. É muito prático”, considera. Para o governador, o evento está entre os campeonatos mundiais que contribuem para projetar o país no exterior e atrair a atenção para a capital brasileira.

O vice-presidente da federação que organiza a Universíade, Luciano Cabral, considera que há boas chances de o Brasil sediar o campeonato universitário de 2017. “Taiwan tem um problema político muito sério que pode atrapalhar sua candidatura e a Turquia já sediou esse evento. Há uma boa vontade do comitê para que o evento ocorra no Brasil”, especula Cabral. O secretário Nacional do Esporte Educacional, Wadson Ribeiro, conta que há um esforço conjunto do DF com o Executivo federal para alavancar a candidatura de Brasília à sede do campeonato universitário: “Estamos trabalhando fortemente para apresentar uma proposta imbatível”. Em setembro, os governos federal e do DF apresentarão oficialmente a proposta. No mês seguinte, uma equipe da Fisu visitará Brasília para avaliar as condições da cidade e, em novembro, será divulgado o resultado da disputa. Até lá, Agnelo faz campanha. “É corpo a corpo mesmo, procurar um a um os dirigentes com poder de voto (são 27) e convencê-los que você tem a melhor proposta”, considera. (LT)

Tradição
A Federação Internacional do Esporte Universitário foi fundada em 1949 com o intuito de divulgar os valores do esporte e promover a prática de exercícios físicos como complemento à formação acadêmica. O primeiro evento oficial, realizado em Merano, na Itália, ocorreu no ano de criação da entidade.

fonte : correio braziliense
folha 13:37

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