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12 agosto 2011

No DF, 45% estão acima do peso. Índice aumentou entre os homens


BRASÍLIA-DF
Publicação: 12/08/2011 08:00 Atualização: 12/08/2011 10:37
Já fomos mais magros. Já fumamos mais e bebemos menos. Já comemos melhor. Continuamos a ser a unidade da Federação com os melhores números quando o assunto é a prática de exercícios físicos. Os raios-x do estado de saúde da população do Distrito Federal fazem parte da edição de 2010 da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), pesquisa conduzida pelo Ministério da Saúde. De modo geral, em termos de saúde, a situação dos moradores do DF é uma das melhores do país. Há, porém, pontos importantes aos quais é preciso estar sempre atento, como o excesso de peso.

De acordo com os dados obtidos por meio de entrevistas telefônicas ao longo do ano passado, 45% da população pesam mais do que deveriam. Isso representa aumento de quase 10 pontos percentuais em relação ao aferido em 2009. “O DF seguiu uma tendência observada em todo o Brasil. Apesar de a média nacional ser 48%, mais alta que a do DF, o estado de alerta ainda está mantido para capital”, afirma Deborah Malta, coordenadora-geral de Doenças e Agravos não Transmissíveis da Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde. O sexo masculino tem mais dificuldades de se conciliar com a balança: estima-se que quase 685 mil homens, ou seja, 58% da população masculina do DF, estejam acima do peso. Em compensação, quase 32% das mulheres disseram estar fora da faixa de peso ideal — houve redução de mais de 3% em relação aos dados colhidos em 2009.

Porção de frutasO vigilante Marcelo da Silva, 40 anos, descobriu de um jeito assustador que teria de mudar os hábitos e emagrecer para minimizar os riscos à saúde. “Há dois meses, fiz exames que constataram que sou hipertenso. O fato de eu estar acima do peso piora a situação, então comecei a me preocupar com isso”, diz. Agora, ele carrega sempre consigo um saco de frutas para saciar a fome. Além disso, passou a comer mais verduras e legumes, diminuir o sal e o açúcar. O objetivo de Marcelo é perder 30kg, devagar e sempre. “Briguei com o peso a vida inteira. Não adianta emagrecer rápido e depois ganhar tudo de novo. Estou fazendo a dieta com calma para ganhar saúde e autoestima.”

Marcelo está percorrendo o caminho contrário dos demais. Em 2006, o DF tinha 51% da população consumindo regularmente as cinco porções semanais recomendadas de frutas, legumes e hortaliças. Quatro anos depois, os adeptos desses grupos alimentares representam 39,9%. “A qualidade da alimentação e os indicadores de peso estão diretamente ligados, e ainda que o DF ainda tenha bons resultados em alimentação se comparado ao resto do país, houve queda no consumo de alimentos mais saudáveis”, indica Deborah Malta. Em nível nacional, 30% dos brasileiros ingerem a quantidade recomendada de frutas, folhas e legumes.

Enquanto os homens precisam prestar mais atenção ao peso, a parcela feminina da população do DF deve atinar para os excessos no consumo de bebida alcoólica. Entre 2009 e 2010, não houve avanço ou recuo estatístico significativo: esse índice passou de 11,1% para 11,6%. Mas, se analisado no período de cinco anos, o número de mulheres que consumiram em uma só ocasião quatro ou mais doses de bebidas alcoólicas saltou 3%. “Acho que a gente bebe mais do que a geração das nossas mães. Mas não acho que é exagerado”, opina a atriz Fernanda Alpino, 21 anos. Ela e as amigas Bárbara Rodrigues, 22, e Maria Vitória Dutra, 21, foram colocar o papo em dia em um bar da Asa Sul. Disseram que a cerveja entrou no cardápio das mulheres, mas bebidas destiladas, consideradas mais fortes, não são consumidas regularmente. “É a libertação dos estereótipos femininos”, acredita Maria Vitória, estudante de antropologia que, ao contrário das amigas, bebia água e não cerveja.

Boas notíciasEntre tantas notas de atenção à saúde dos brasilienses, existem motivos para comemorar: há cada vez menos fumantes no DF. A estimativa da Vigitel é de que 13,9% da população cultivem o hábito de fumar, contra 16% registrados em 2009. Vale destacar que os homens têm vantagem sobre as mulheres na briga contra o vício em nicotina, com queda de 7% em relação ao último Vigitel. É o caso do publicitário André Gusmão, 26 anos. Durante nove anos, ele esteve ligado ao cigarro e chegou a consumir um maço por dia até decidir largar o vício, em meados do ano passado. “Passei a sentir asco pelo gosto e pelo cheiro do cigarro e decidi parar. Comecei usando adesivo de nicotina”, conta. Ele voltou a fumar entre março e junho deste ano, mas há dois meses parou novamente. André notou que a capacidade respiratória aumentou, assim como a disposição para tarefas cotidianas. A pele também melhorou.

O publicitário começou a fazer boxe no fim de 2010 e continua a praticar o esporte. Ele é parte dos 22% de brasilienses que costumam se exercitar no tempo livre. Proporcionalmente, o DF tem os melhores números do Brasil neste segmento. Talvez Geusimar Torres de Sousa, 37 anos, e a mulher, Divina dos Santos Pereira, 42, exemplifiquem o espírito esportivo do DF. Pelo menos cinco vezes na semana, o casal de operadores de caixa corre no Parque da Cidade ou em Planaltina, onde os dois moram. “No parque, corremos 4km. Em Planaltina, o percurso é de 2km. Fazemos isso pela saúde. E dá mais força para trabalhar. Sinto que se paro, o corpo fica abatido”, diz Geusimar. Divina destaca a quantidade de espaços para se praticar esportes no DF. “A cidade contribui, incentiva. E também há muitos funcionários públicos, com tempo para se dedicar a isso”, opina.

Plano emergencial
Os dados contabilizados pela Vigitel serviram para que o Ministério da Saúde elaborasse um plano de ação contra doenças crônicas não transmissíveis. As medidas devem ser anunciadas pelo órgão nos dias 18 e 19 próximos, durante um fórum nacional. O material também será levado à Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York.
FOLHA 13:31
FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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