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23 julho 2011

Média de acidentes em canteiros de obras do DF em 2011 é de sete por mês


Brasilia-DF
Publicação: 23/07/2011 09:01 Atualização:

A construção civil lidera o ranking de acidentes de trabalho no Distrito Federal. Dados do Centro de Referência de Saúde do Trabalhador (Cerest) da Secretaria de Saúde apontam que 53 operários sofreram ferimentos durante o expediente em 2011 — houve 11 mortes no ano. A média é de sete casos a cada mês.

Em 2010, houve 149 ocorrências e oito trabalhadores perderam a vida nas construções brasilienses. Na quinta-feira, a 
Guará: polo de Modas: Dois operários trabalham no topo de um
prédio sem qualquer tipo de proteção. Faltam capacetes, luvas,
cintos de segurança, luvas e uniformes

morte de três empregados reforçou que a profissão é a mais perigosa para se prestar serviço na capital do país. Lorival Leite de Moraes, 46 anos; Nelson Holanda da Silva, 37; e Raimundo José Lopes da Silva, 22, morreram soterrados ao cavar e limpar uma vala de seis metros de profundidade, no complexo Hospital Universitário de Brasília (UnB).
reportagem flagrou operários sem os equipamentos básicos de segurança.São homens que arriscam a 


Um dia após a tragédia, o Correio percorreu dezenas de canteiros de obras espalhados em três localidades do DF — Águas Claras, Guará e Setor de Indústria e Abastecimento (SIA). Em todas elas, a vida no alto das construções, muitas vezes porque falta fiscalização e as empresas não disponibilizam luvas, capacetes, cintos de segurança e cordas (leia quadro).Um dos locais visitados fica no SIA Trecho 2, onde houve um acidente por volta das 8h30 de ontem. O carpinteiro José Gomes da Silva caiu do segundo andar de uma estrutura em construção. Ele teve cotovelo, braço e perna direitos quebrados. Passou por cirurgia no Hospital de Base do DF horas depois e não corre risco de morte. No canteiro, não havia telas de proteção que impedissem a queda. Um colega da vítima, que não quis se identificar, contou que José não usava capacete ou cinto de segurança. “O que aconteceu nos deixa ainda mais com medo. Quem faz a nossa proteção é a gente mesmo. Não dá para depender do patrão.”O engenheiro responsável pela obra, Paulo Lima, admitiu que o carpinteiro trabalhava sem as condições mínimas de segurança. Porém ele nega que o cinto seja útil para quem não estejam em locais suspensos. “Só é obrigado a usar o cinto quem está fazendo serviços nos andaimes”, declarou.

Erros frequentes
Em uma construção na QE 13 do Guará 2, o Correio flagrou um funcionário sem o cinto de proteção que arriscava a vida sentado em pedaços de madeira fora do limite da obra. Enquanto ele se equilibrava no terceiro andar do prédio, os colegas repetiam o erro. O proprietário do lote, Paulo Moura, disse que os operários têm acesso aos equipamentos, mas não os usam por opção. “Exigimos que eles coloquem todos os objetos. Mas não dá para ficar no pé de cada um, porque eu também tenho que trabalhar.” O canteiro do qual Paulo é responsável foi notificado na semana passada por auditores do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). “Ficamos três dias com a obra suspensa e tivemos que seguir as exigências do órgão”, disse.

Nas QIs 27 e 29, o perigo é eminente. Três dos edifícios em construção na região apresentam irregularidades. Em um deles, um homem cobria as lajes com cimento no 11º andar sem proteção.Próximo dali, parte dos empregados de um edifício se aventurava nas bordas da estrutura sem cintos de segurança. Após perceberem a presença da reportagem, três colocaram o equipamento. “Eu percebo que é perigoso, mas não uso porque me incomoda”, afirmou o auxiliar de almoxarifado Jackson Silva de Sousa, 22 anos.
Sia Trecho 2: prédio em obras sem tela de proteção registrou
nesta sexta acidente com operários. A vítima caiu do terceiro
andar e quebrou cotovelo, braço e perna direitos

No Polo de Modas do Guará 2, o jornal flagrou vários operários em situação de perigo. Alguns envolvidos na colocação de lajes em dois prédios concluídos não usavam nenhum dos equipamentos de segurança exigidos pelas normas do MTE.Em Águas Claras, um buraco de cerca de cinco metros de profundidade foi aberto por uma construtora sem ao menos ter cercado a área, conforme as exigências do MTE. A vala estava aberta até ontem, na Rua Babaçu. É o mesmo erro  
cometido no Instituto da Criança e do Adolescente, no complexo do HUB. O encarregado da obra, Elenoá Peixoto Barreto, disse que ainda hoje tapumes serão instalados no lote. “Eu sei que é um perigo e que estamos atrasados em relação a isso.De acordo com o diretor do Cerest, Marcus Costa, os acidentes são reflexo de descuidos. “Cerca de 90% dos desastres ocorrem poucas horas antes do término do expediente e próximo aos fins de semana. Falta consciência por parte dos operários e fiscalização por parte das empresas”, disse.

fonte: correio braziliense - DF
folha 11:17

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